À exceção daqueles do núcleo livre, organizei e orientei os alunos para produzirem vídeos, inovando um pouco minha metodologia, tentando adequá-la às novas ferramentas tecnológicas. Ainda assim, sei que estamos aquém dos avanços obtidos pela informática nos últimos anos. É melhor falar nos últimos tempos, devido à rapidez com que isso acontece.

Utilizei como referência para as discussões, e posteriormente edição dos vídeos, o livro de Jared Diamonds, “Colapso”. Nele, o biogeógrafo norte-americano, nascido nos Estados Unidos e professor da Universidade da Califórnia, analisa como ao longo da história algumas sociedades lidaram com a relação ser humano-natureza.

1. dano ambiental; 2. Mudança climática; 3. vizinhança hostil; 4. Parceiros comerciais amistosos; e, 5. Respostas da sociedade aos seus problemas ambientais. (DIAMONDS, Jared. Colapso. São Paulo: Ed. Record, 2005)
Embora aparente alarmismo, até pelo título da obra, Diamonds é bastante criterioso em sua análise para identificar os problemas, mas eu diria que, por outro lado, otimista demais frente às possibilidades de sucesso a partir de intervenções equilibradas e responsáveis na busca por alternativas às ações destrutivas da sociedade humana.

Os trabalhos feitos, em vídeos de meia-hora, demonstraram um amadorismo natural, visto que falta ainda experiência para lidar com esse novo formato de trabalho. Por outro lado mostrou como a internet ainda é usada também de forma amadora, e de como a própria tecnologia é mal utilizada por uma juventude que é a representação desses tempos de orkut, facebook, twitter e outros canais de expressão que virou moda para a geração atual - e também para alguns veteranos que ainda lembram-se do velho e muito usado mimeógrafo (provavelmente os jovens de hoje sequer tenham ouvido essa palavra, quiçá saber o que ela significa, e olhe que estou falando de algo bem recente no curso da história humana). Significa que essa geração lida apenas com o básico, o necessário para conversar e assistir vídeos.
Mas, apesar dessa análise um pouco rígida, para não fugir do meu estilo, o resultado foi altamente positivo. Que demonstra a existência nesses alunos de um potencial que devemos explorar com mais firmeza, embora isso os assuste. Tenho dito que a nós professores cabe a tarefa de explorarmos ao máximo a capacidade, às vezes inerte, de nossos alunos. Creio que quanto mais exijamos deles mais conseguiremos formar bons profissionais. É um desafio, que eu, particularmente, encaro sem receio que eles me demonizem. Afinal, como não acredito em demônios não me preocupo com isso. Sei que depois os mais dedicados agradecerão. Os insatisfeitos certamente aprenderão também, mas esses demorarão mais tempo para compreender que certas oportunidades não se repetem. Ainda assim não será tarde para agradecer às impertinências do mestre.

Volto depois para falar sobre os demais trabalhos apresentados, com os clássicos da Geopolítica e do Núcleo de Estudos de O Capital.
Nenhum comentário:
Postar um comentário