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Acompanho com ansiedade de quem conhece a história de
luta do povo palestino há 43 anos, desde quando militei ativamente no movimento
estudantil, até chegar à diretoria da UNE, onde era forte o apoio à causa
Palestina. Isso somado à minha condição há cerca de 15 anos, como professor/pesquisador
na área de Geopolítica e Doutor em Geografia. Tenho visto todos os tipos de
cobertura da grande mídia tradicional, bem como canais alternativos em sites do
Youtube, e uma quantidade imensa de links compartilhados em redes sociais, com
opiniões as mais diversas. Também já escrevi aqui no Blog Gramática do Mundo
sobre esse conflito em outros momentos, igualmente tensos e violentos. Ao final
anexo os links para esses artigos.[i]
Mas, as pessoas se habituaram nos últimos anos a
compartilhar notícias sobre fatos que acontecem no tempo presente numa explosão
de revolta e indignação. Isso independentemente se a favor, ou contra, um determinado
acontecimento. Há sentimentos diversos, tanto mediante postagens perversas,
manipuladoras, que tomam um caráter ideológico radical; como aquelas que
carregam sentimentos de solidariedades e empatias com a luta do povo palestino
contra a colonização do governo sionista israelense; contra a ocupação de seu
território há décadas e os massacres que ocorrem ali naquela região do Oriente
Médio desde a criação do estado judeu. Essa é a questão, do tempo e da História,
numa disputa desigual entre um povo ao qual se nega o seu Estado e se toma seu
território, contra um Estado forte, bem armado e apoiado por interesses
estratégicos pela maior potência bélica do planeta, os EUA. É preciso conhecer todo esse processo histórico desde suas origens.
Numa época de intensa polarização político-ideológico
analisar um conflito intensamente complexo se soma às pressões econômicas e
políticas do forte lobbie israelense, por todas as partes do mundo.
Naturalmente, nessas condições a “opinião pública”, como sempre, vai sendo
formada pelas manipulações midiáticas, acrescidas agora da absurdamente (porque
absolutamente contraditória na lógica dessa religião) incompreensível defesa do
governo israelense por parte de segmentos importantes da religião evangélica. Os
mesmos segmentos que apoiaram o governo de extrema-direita do ex-presidente
Bolsonaro.
Em tempo de pós-verdade as opiniões ficam polarizadas,
e cada um interessado no tema busca as informações que melhor caracterize suas
escolhas ideológicas. Nesse ambiente, tentar ser imparcial é absolutamente
impossível. Mesmo para quem procura um viés academicista, dada à condição de
professor e especialista na área. Porque o tema nos envolve, principalmente a
quem historicamente se dedicou a acompanhar e condenar todo processo de
ocupação e colonização, desde os anos conhecidos como “revolução comercial”,
quando a burguesia passa a buscar produtos, mercadorias, em continentes até
então pouco explorado nessa lógica que se intensificava na Europa, e fez surgir
pouco, a pouco, o sistema capitalista.
Esse processo se consolida no século XIX, com a
Conferência de Berlim, quando o continente africano é dividido entre as
potências europeias, com o seu povo forçado a conviver em estados-nações que
obedeciam a linhas demarcatórias de fronteiras ao sabor dos interesses
imperialistas/colonizadores.
Mas não para por aí, porque essa disputa pelo controle
colonial, que fez fortalecer alguns impérios, levará a uma guerra de proporção
mundial logo no começo do século XX. Depois do seu final uma nova divisão da
geopolítica mundial se consolida, com os países vencedores, que compunham a
Tríplice Entente refazendo as fronteiras, ou tomando controle de territórios
dos países derrotados (Tríplice Aliança).
Por que isso é importante para o entendimento da
questão Palestina? Porque logo após o final da guerra os países aliados, para
consolidar a posição de vencedores, repartiram regiões que estavam sob domínio
do Império Turco-Otomano, uma das partes derrotadas, e que dominavam vastas
áreas do Oriente Médio, inclusive essa de disputa secular.
Em 1916 o diplomata britânico coronel sir Mark Sykes
pegou um lápis colorido e traçou uma linha tosca através de um mapa do Oriente
Médio. Ela corria de Haifa no Mediterrâneo, no que é hoje Israel, a Kircuk
(hoje Iraque), no Nordeste. Essa linha se tornou a base de um acordo secreto
com seu homólogo francês, François Georges-Picot, para dividir a região em duas
esferas de influência caso a Tríplice Entente derrotasse o Império Otomano na
Primeira Guerra Mundial. (MARSHALL, Tim. Prisioneiros da Geografia. Pág.
147/148)
Assim, o procedimento foi semelhante ao ocorrido na
Conferência de Berlim, embora secretamente, mas com os mesmos objetivos:
domínios territoriais e controle colonial, inclusive com a definição de fronteiras
dos novos Estados-Nações que surgiriam.
Antes do acordo Sykes-Picot[ii]
(em seu sentido mais amplo), não havia nenhum Estado da Síria, nenhum Libano,
nem Jordânia, Iraque, Arábia Saudita, Kuwait, Israel ou Palestina. (IDEM).
O resultado dessas “costuras” e disputas coloniais foi
a existência nesses Estados de governos autoritários, legados pelos
colonizadores, em total desconsideração com as características de uma região
altamente polarizada pela religião, mas fortemente atrativa para os interesses
econômicos, em função da enormes reservas de petróleo e gás. Os governantes,
quase sempre subservientes aos colonizadores europeus, ou dos
EUA, se alimentavam dessas riquezas e administravam esses novos territórios
autocraticamente, impondo-se ditatorialmente sobre o povo. Quando passaram a
não atender os interesses imperiais, as guerras híbridas se encarregaram de destroná-los,
ou eliminá-los, na hipócrita bandeira de defesa da democracia.
Para compreender o quanto foi nocivo esse processo de
colonização, podemos equiparar as situações da Argélia, dominada pela França, e
da Palestina, sob controle britânico. Guardando-se, naturalmente, as devidas
proporções (isso sem falar na colonização dos países africanos).
Após a Segunda Guerra Mundial, quando se inicia o
processo de reconstrução das nações envolvidas no conflito mais diretamente, e
também quando começam as lutas anticolonialistas e pela independência, contra a
ocupação desses territórios por potências estrangeiras, as radicalizações
assumem proporções trágicas, mas a marca mais forte foi da resistência
permanente desses povos.
São situações diferentes, naturalmente. A França
reprime brutalmente os argelinos, numa condição absurda de dominação e de
colonização, com o deslocamento de centenas de milhares de franceses para
aquele país. A separação em Argel, capital da Argélia, opunha uma barreira
entre duas partes na cidade, apartada, entre um lado europeu, sofisticado e
mais desenvolvido, e o lado árabe, mais formado por mão de obra barata e
explorada, onde viviam os povos originários. Dezenas de milhares de argelinos
foram massacrados, numa longa e árdua resistência, até a conquista definitiva
da independência e da expulsão dos colonizadores franceses do território
argelino. Somente recentemente a França reconheceu esses massacres.
A luta dos argelinos assumiu duas formas. Da organização política em torno da Frente de Libertação da Argélia com resistência pacífica, mas também, até como reação à prática de assassinatos e torturas em massa pelos franceses, da utilização de um braço armado dessa organização, utilizando-se várias táticas, inclusive com ações terroristas, por meio da explosão de bombas em lugares frequentados pelos europeus. Em 1962 os argelinos conseguem sua independência, pondo fim ao domínio colonial francês, e a decadência de mais esse império. Mas nenhum governante francês jamais foi condenado pelo massacre do povo argelino por todos os anos de dominação colonial.[iii]
A outra parte do acordo Sykes-Picot, que corresponde
ao domínio do Império Britânico sobre o Oriente Médio, terminou de forma
diferente. Absolutamente fragilizado no pós Segunda Guerra, os britânicos
decidem se retirar daquela região, mas permanece por questões estratégicas o
interesse em manter sob controle a região, como forma de impedir uma possível
influência da União Soviética. A saída foi colocar em operação uma alternativa
que já era tentada há tempos, a ocupação de um território, tido como sagrado por
três das maiores religiões, com a criação de um estado que pudesse abrigar o
povo judeu. Dessa forma atendia aos interesses estratégicos dos EUA e Grã-Bretanha
e aos objetivos seculares de judeus espalhados por diversas partes do mundo,
principalmente após a tentativa de genocídio que sofreram como consequência da
ascensão de Hitler e da criação do III Reich, elevando o anti-semitismo a
condição de política de limpeza étnica.
Ocorre que o retorno dos judeus àquela região se deu em um processo de ocupação de territórios já controlados pelos palestinos, e numa área de forte disputa religiosa. Problema que acentua uma situação de disputa geopolítica, pelo fato de ali ser o centro considerado sagrado pelos seguidores dessas três religiões.
Em meio aos embates políticos, a ONU aprova em 1947
resolução que cria o Estado de Israel e delimita suas fronteiras, que não
serão jamais respeitadas, com os governos sionistas ampliando o domínio territorial logo após
uma guerra com países árabes.
Logo após em seguida a Proclamação da Independência,
em 15 de maio (1948), os exércitos de Egito, Iraque, Jordânia, Arábia Saudita,
Líbano e Síria invadiram a Palestina e atacaram o recém-nascido Estado de
Israel. A chamada Guerra da Independência terminou com a vitória de Israel, que
firmou um armistício em 1949, após apropriar-se de 78% do território e 100% das
águas da Palestina, incorporando mais 20%, mais 2.500 milhas quadradas às 5.600
milhas quadradas concedidas pela 1947 UN Partition. (BANDEIRA, L.
A. Moniz. A Segunda Guerra Fria. (Pág. 469)
Esse foi o primeiro de muitos confrontos envolvendo os
países fronteiriços ao novo Estado, bem como a intensificação da resistência
palestina. Sempre vitoriosos, Israel, com apoio dos EUA, Grã Bretanha e demais
países membros da OTAN, se impôs como potência colonial regional, ampliando a
ocupação de terras palestinas, inclusive em territórios definidos
posteriormente pela própria ONU, como sendo de domínios palestinos, reconhecido
como Estado em 2012, através de uma resolução (67/19), que reconhece a
Palestina como um “Estado observador não membro”.
A resistência palestina sempre foi muito forte,
alternando com ações militares ou revoltas populares (Intifadas) contra a
ocupação israelense, escorada em apoio de países e grupos árabes, ou países não árabes, mas de maioria muçulmana, por todo
Oriente Médio e Norte da África. A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) teve um papel
destacado nesse processo, até culminar com a morte de Yasser Arafat, suspeita
de envenenamento. (MIRHAN, 2022. Pág. 286)
Quando comecei esse texto fazendo referência à
Argélia, é porque após essas vitórias obtidas nos conflitos com os países
vizinhos, Israel foi gradativamente ampliando domínios territoriais para além
daqueles definidos na resolução da ONU quando de sua criação. O projeto de
colonização em curso em muito se assemelha à estratégia da França para ocupação
da Argélia. O conflito atual, que explode após uma operação surpreendente do
Hamaz, com uma ação violenta que matou centenas de militares e civis, sequestrando
mais de duas centenas de israelense (entre militares, mulheres e idosos), tem
na ofensiva de Israel a brutalidade que sempre caracterizou essas reações, e
aparenta seguir um roteiro previamente estabelecido que consolida a ocupação da
Faixa de Gaza, com uma evidente limpeza étnica, objetivando expulsar os
palestinos daquele estreito pedaço de território densamente povoado. O bombardeio
indiscriminado sobre a população civil, com o assassinato de milhares de
crianças e mulheres demonstra, ao mesmo tempo, que há um interesse que pode ser
caracterizado genocida, de eliminar essa parcela majoritária da população, a
fim de evitar que futuros jovens, ou os que nascerão dos ventres das mulheres,
se transformem em insurgentes e militantes dos grupos de resistência à ocupação
israelense.
Mas Gaza não é o único território palestino em disputa
na região. A Cisjordânia, definida como parte do Estado da Palestina, vem há
décadas sendo ocupado gradativamente por colonos israelenses.
Há cerca de 400 mil judeus vivendo na Cisjordânia. O
termo “assentamento” sugere pequenos acampamentos, talvez localizados em
colinas altas, varridas pelo vento. Entretanto, embora muitos tenham começado
dessa maneira, alguns se transformaram em verdadeiras cidades, em que não
faltam prefeituras, supermercados e escolas. As estradas que as conectam umas a
outras e a Israel tornam difícil para os palestinos se deslocarem na
Cisjordânia ou manterem grandes regiões de território contínuo. Hoje em dia, há
também mais de 200 mil judeus vivendo em Jerusalém Oriental, que Israel anexou
em 1967, mas que os palestinos reivindicam como a capital de um futuro Estado
palestino. Os judeus tendem a pensar em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia
como entidades separadas; nas mentes palestinas essa divisão não existe.
(MARSHALL, Tim. A Era dos Muros: Porque vivemos em um mundo dividido. Pág.106)
Então, o que temos naquela região é uma justa
resistência de um povo que vem perdendo seu território há décadas, num processo
de ocupação claramente neocolonial, mediante todos os tipos de pressão,
opressão e terror, praticado contra uma população que sofre sistematicamente as
pressões terroristas do Estado de Israel. Tendo esse pequeno território de Gaza
completamente cercado por todos esses tempos, submetendo-se a todo tipo de
controle, no que já estava conhecido como uma prisão a céu aberto, um verdadeiro gueto. No Sul a
fronteira fechada sob forte limitação de passagens por Israel e pelo Egito. No
Norte um muro que separa os limites com Israel. No litoral do Mediterrâneo todo
o controle também é israelense, até para as atividades de pesca. Na outra
fronteira, mais longa, que se estende do Norte ao Sul é território israelense,
que por mais de 30 quilômetros separa Gaza da Cisjordânia, o outro pedaço do
território palestino.
brasilescola.uol.com.br |
A faixa de Gaza na verdade é um enclave em território
israelense. Apesar de governado pelo Hamaz, que ganhou a eleição em 2006
concorrendo contra o Fatah ou Al-Fatah, que governa a Cisjordânia, praticamente
tudo que entra ou sai de suas fronteiras é controlado por Israel. Que
invariavelmente entra em conflito com o Hamaz, amplia o número de palestinos
assassinados e presos e recua. Por isso a referência a uma prisão. Ninguém sai
de lá sem a autorização de Israel, que controla a água, a energia
elétrica e até mesmo bloqueia ajudas humanitárias que também são fiscalizadas.
Embora uma organização islâmica, oriunda de um braço
da Irmandade Muçulmana, com forte atuação no Egito, e com uma ala militar,
atuando desde 1987, O Hamaz foi ungido pela população palestina em processo
eleitoral. Por ter o território que governa oprimido pelo Estado de Israel, que
impõe restrição de liberdade e mobilidade ao seu povo, faz com que sua
resistência seja legitimada inclusive escorada em várias cartas constitucionais
de diversos países, bem como nas discussões no campo jurídico internacional,
considerando legítimo a resistência a todo tipo de repressão, e de jugo
opressor, ao qual é submetido um povo. Tanto internamente, na contraposição a
governos ditatoriais, como no combate a um dominador estrangeiro, que controla
pela força e coloniza ou escraviza outros povos.
Imagem: Poder 360 |
Ocorre que, incomparavelmente mais fraco frente ao
poder bélico do estado israelense, o braço armado do Hamaz usa como estratégia
ações de terrorismo, submetendo ataques violentos que causam a morte de civis
israelense, numa radicalização que visa atrair a ira do estado judeu para
tornar visível o problema palestino. Mas isso à custa de tragédias que vitimam
também milhares de palestinos, principalmente mulheres, idosos e crianças. Desta
vez, estranhamente o ataque do Hamaz em território israelense não foi captado
pela inteligência daquele país. Muito estranho, visto ser o Mossad um dos
serviços de inteligência mais eficaz dentre os demais dos principais países europeus.
Sabendo agora que já havia um plano israelense pronto para ocupar Gaza, isso
faz com que se busquem explicações para saber se essa “falha” não teria sido
intencional, de forma a justificar a barbárie terrorista desse Estado, como
resposta aos ataques terroristas do Hamaz.[iv]
A solução já foi apresentada em diversas resoluções, negadas por vários governos israelenses, que não obedecem ao que é estabelecido
pela ONU, da necessidade de constituição de dois Estados, a essa altura tese
bastante comprometida. Por outro lado, o Hamaz, por ser uma organização
paraestatal, não necessariamente se submete às resoluções da ONU.
Ao não impor por suas forças, como de direito, a
resolução que criou os dois estados, a ONU se fragilizou, e mediante o apoio
irrestrito dos EUA aos governos sionistas de Israel, tornou letras mortas tudo
que diz respeito às barbaridades que se cometem nessa disputa, o que sem
dúvidas culminará por tornar Israel um Estado pária, e alheio a qualquer
deliberação pelos organismos internacionais. Algo que aliás já vinha fazendo.
Os crimes de guerra são ignorados, o Tribunal Penal sucumbe aos objetivos
estratégicos do bloco europeu-estadunidense e a hipocrisia comanda as decisões
de uma organização completamente desmoralizada em seus objetivos. Putin foi
condenado em Haia acusado de retirar crianças de áreas que estavam sendo
bombardeadas; já no caso do ataque israelense à Gaza, temos mais de 5.000
crianças mortas e um quase igual número de mulheres, inclusive grávidas, e
nenhuma acusação sobre esses assassinados por parte desse Tribunal.
Em não havendo possibilidades de acordos que garantam
o direito do povo palestino, e considerando que essa luta extrapola as questões
territoriais e envolve interesses estratégicos na disputa pelo petróleo e gás,
e, numa gravidade sempre presente, a questão religiosa, pode-se considerar a
hipótese de uma grave extensão regional desse conflito, que, pelas condições em
que vive o mundo certamente levará a uma terceira guerra mundial.
Até lá, o mundo que se acaba é a Palestina. Submetida
há décadas a ataques covardes, a eliminação de jovens tanto pela execução
militar como pela prisão e consequente retirada de sua liberdade e de seus
direitos. Seja numa prisão israelense ou no que se transformou perfidamente a
Faixa de Gaza, num processo de expulsão, eliminação étnica e, inegavelmente, de
genocídio de um povo. Como já acontecido com outros povos ao longo da história,
inclusive na tentativa de eliminação dos judeus durante o regime nazista de
Adolf Hitler. No que repete agora o sionismo, numa tragédia representada pela
farsa de reivindicar direito de defesa, quando é o próprio Estado de Israel quem está sempre a colonizar, atacar, oprimir e
destruir vidas palestinas.
Para finalizar, uma observação sobre a cobertura
vergonhosa da mídia tradicional, dos grandes canais aberto ou a cabo. As
notícias sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia chegam até nós com informações do
lado ucraniano, que teve seu território invadido. Na guerra muito mais
desproporcional entre Israel e a Palestina as notícias são dadas pelo lado do
invasor. E, descaradamente, quando os repórteres falam algo sobra destruição em
Gaza dizem que “as informações não podem ser comprovadas de maneira
independente”. Mas essas mesmas redes expõem imagens feitas por soldados
israelenses, ou por jornalistas que acompanham com autorização a tropa, cujas imagens são
selecionadas e submetidas a censura para serem compartilhadas. Para essa mídia
vendida aos lobbies israelenses, o opressor e colonizador é que merece
credibilidade.
CRISE NO ORIENTE MÉDIO – A CRIAÇÃO DO ESTADO PALESTINO https://gramaticadomundo.blogspot.com/2011/09/crise-no-oriente-medio-criacao-do.html
ISRAEL MASSACRA PALESTINOS E AMEAÇA INVADIR A FAIXA DE
GAZA
https://gramaticadomundo.blogspot.com/2012/11/israel-massacra-palestinos-e-ameaca.html
MAIS UM MASSACRE EM GAZA, O OCASO DA PRIMAVERA ÁRABE E
A TRANSIÇÃO PARA UMA NOVA ORDEM MUNDIAL
https://gramaticadomundo.blogspot.com/2014/07/mais-um-massacre-em-gaza-o-ocaso-da.html
A GUERRA CONTRA O TERRORISMO, AO INFINITO E ALÉM
https://gramaticadomundo.blogspot.com/2014/09/a-guerra-contra-o-terrorismo-ao.html
[ii] https://geographicmind.com/en/el-acuerdo-sykes-picot-una-linea-para-dominar-oriente-proximo/
[iii]
Um filme clássico, do diretor Giulio Pontecorvo, mostra de forma competente um
resumo dessa história: “A Batalha de Argel”.
[iv] https://sul21.com.br/noticias/internacional/2023/10/presidente-da-federacao-palestina-no-brasil-acusa-israel-de-fazer-limpeza-etnica/
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BANDEIRA,
Luiz Alberto Muniz. A Segunda Guerra Fria. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2013
BRAUDEL, F.
Gramática das Civilizações. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
MARSHALL,
Tim. Prisioneiros da Geografia. Rio de Janeiro: Zahar, 2018
_____________.
A Era dos Muros. Rio de Janeiro: Zahar, 2021
MIRHAN,
Lejeune. Atualidade da luta anti-imperialista. Campinas-SP: Apparte, 2022
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