sábado, 28 de março de 2020

TUDO QUE É SÓLIDO DESMANCHA NO AR – O COVID19 E A CRISE CAPITALISTA MUNDIAL


Poucos artigos que eu escrevi neste blog foram alvos de modificações depois de publicados. Neste caso especificamente decidi atualizá-lo em função da crise que vivemos, com a disseminação do novo corona vírus, ou a doença gerada por ele, identificado pela OMS como Covid19. A intenção de, mais do que republicá-lo e atualizá-lo, é aproveitar o sentido dado a essa frase por Marx e depois tornada título de um livro por Marshall Berman, que representa a maneira como as coisas não são definitivas e estão sujeitas a transformações permanentemente. As crises, mesmo que sendo de origens diferente, mas que impactam as estruturas econômicas e sociais, e o nosso estilo de vida, impõem mudanças inevitáveis e fazem jogar por terras certezas e convicções, e, principalmente, as negações sobre o que é real, concreto e se transmuta, dialeticamente, seguindo a dinâmica da vida, em seu sentido geral.
Após essas crises, e dependendo da sua dimensão, tudo passa a seguir em um rumo distinto, diferente, alheio aos desejos dos que se julgam responsáveis pelos destinos do mundo, sustentados por riqueza e o Poder que advém daí. Deus, qualquer que seja Ele de quaisquer religião, não consegue impedir isso, e também não é capaz de conter essas mudanças, ou de nos fazer entender suas origens e para onde seguiremos, porque ele é a representação que fazemos de nós mesmos com poderes que idealizamos para nos salvar de nossos próprios erros. Mas há os incautos, que se mantém na ignorância, e se apegam às crenças para além da realidade terrena, e do que a ciência pode nos ensinar, se escondem em um mundo fictício, irreal, onde a ignorância não os permite compreender a dimensão do que está acontecendo.
Voltemos um pouco no tempo, quando se iniciava a velocidade das transformações que impunham ao mundo certezas alimentadas pela força da ideologia neoliberal e do poder da comunicação em uma escala mundial. O advento da globalização, expressão usada para se opor ao controle que alguns Estados Nacionais faziam à defesa de suas riquezas, mas cujo objetivo era acelerar a disseminação da ganância e usura capitalista por todo o mundo, e, principalmente em territórios cujas fronteiras eram até então difíceis de serem exploradas, procurou derrubar os valores de um mundo movido pela defesa do estado do bem estar social, e com a preocupação em conter desigualdades cruéis, internas e entre nações. Junto com isso, velhos valores foram tidos como ultrapassados, e novas crenças no poder do dinheiro, do neopentecostalismo individualista e da afirmação da ganância como algo bom e produtivo, terminou por impor nas mentes das pessoas uma realidade absolutamente distante de seus mundos, mas aceita pela força da ideologia e do novo mantra que dizia ser o capitalismo a última etapa da história humana. O mundo saiu da modernidade para a pós-modernidade. E esta durou menos que o instante em que um traque explode.
E, embora as forças reacionárias tentem atingir os estudos das ciências humanas, é fundamental nos aventurarmos pela história e pela filosofia, procurando fazer uma análise das mudanças pelas quais passou a sociedade moderna. “Pós-pós-moderna”, diriam alguns. Essa onda do pós, que pautou as discussões filosóficas na última década do século XX, felizmente foi-se junto com os vários tsunamis que varreram muitos lugares, inclusive aquelas duas torres chamadas de “World Trade Center”. Ou após os “subprimes” nos Estados Unidos transformarem-se em poeiras e ter jogado a economia capitalista em uma das maiores crises de sua história, perdendo apenas para o “Crash” da bolsa de Nova Iorque em 1929. Pós-alguma coisa, só no sentido figurativo.
Então, o que virou o mundo nestas duas décadas do século XXI? Bom, seria muita pretensão querer dar resposta a isso, até porque precisaríamos de muitas respostas e creio ser difícil nos aventurarmos em tamanha complexidade. Podemos dar palpites, isso podemos fazer. Mas, vejam, falamos antes em “ciências humanas”. Portanto, dar palpites, estar bem informado, não necessariamente expressa um conhecimento científico, e isso é importante termos bem claro.
O mundo das comunicações fáceis difundiu em volta do planeta várias teorias e criou vários expertises nos mais diversificados assuntos. As comunidades virtuais, chamadas redes sociais, espalharam pelo globo uma multidão de experts em entender da realidade social e geopolítica. Alimentados por meios de comunicação que replicavam análises que interessavam às grandes corporações, e aos poderes hegemônicos. As redes sociais são instrumentos de divulgação de idéias e opiniões, não podem ser convertidas em objetos responsáveis pela construção de conceitos, filosofias, teorias etc. Mas foram fundamentais para difundir esses novos valores, advindos com esse mundo “globalizado” e de idéias neoliberalizantes, conservadoras, que procuravam justificar as desigualdades sociais como decorrentes da luta meritocrática ou pelo tamanho da fé. Por isso elas foram se constituindo em importantes instrumentos de difusão acelerada dessas ideias que se libertaram da “Caixa de Pandora” com o fim da pós-modernidade (ou o que se dizia ser isso) e viraram o mundo de ponta-cabeça nas duas últimas décadas. Junto a isso, as lutas fragmentárias esgrimidas pelas esquerdas, perdidas em um mundo bipolar, que muitas vezes fugiam ao seu entendimento, pelo deslumbramento das técnicas e da velocidade das transformações. Melhor então do que a luta geral, antissistema, foi constituir lutas fragmentadas, onde cada grupo social descriminado lutava para se inserir na mesma lógica que as tornaram “minorias”. Uma situação contraditória, mas posta diante de uma encruzilhada, porque essa luta tornava-se necessária. No entanto, ela não podia estar descolada da luta mais geral, pela transformação sistêmica e uma alteração radical na sociedade.

UM MUNDO EM CRISE

É difícil afirmar qual o momento em que uma crise de grandes proporções não tenha afetado o mundo. Melhor seria dizer que nos dois últimos séculos ele está permanentemente em crise, com picos de agravamento em ação cíclica. Primeiro é bom lembrar que o sentido desta palavra vai mudando ao longo da história humana, sendo que etimologicamente, originando-se do grego Krinein ou krisis, tinha o sentido de “julgar, avaliar, decidir, separar”, transmutando-se por todo esse tempo, até ser usado na época moderna pela medicina, passando a representar um momento decisivo de uma situação de doença grave entre a cura e a morte (cf. dicionário Houaiss da Lingua Portuguesa).
Na abordagem econômica essa palavra ganha a conotação de um sentido semelhante, demonstrando o auge de contradições que impõe uma “enfermidade” em uma formação econômico-social, forçando mudanças substanciais e até mesmo substituição de formas de produção. Segue-se, como decorrência, as alterações dos valores que são construídos sobre os pilares das estruturas econômicas, a substituição de hábitos, costumes, tradições. A cultura, enfim, transforma-se fazendo surgir novos elementos que darão à sociedade uma nova feição, acompanhando, sempre, a forma como está estruturada as suas bases, seu jeito de produzir. E outras idéias, impostas pelas novas classes dominantes, substituirão as antigas no controle ideológico da sociedade.
Nossa percepção de mudanças acompanha as situações peculiares, particulares. Observamos o nosso redor, aquilo que nos diz respeito especificamente, o dimensionamos à totalidade, e identificamos no cotidiano elementos que gradativamente vão substituindo comportamentos antigos. Quando novas atitudes passam a se impor – às vezes de forma imperceptível – é um sinal de que os valores existentes até então enfraqueceram-se. Isso quase sempre acontece quando, pelas formas econômicas, os relacionamentos vão se deteriorando e forçando as mudanças.
O período em que os antigos costumes começam a se chocar com essas novidades que vêem surgindo, acompanhando os estremecimentos na base econômica, passou a ser denominado como crítico, ou de crises na sociedade. As forças do novo quase sempre se impõem, mas não antes de criar a sensação de que estamos em meio a um caos. A História irá nos mostrar que esse período é na verdade uma transição entre o velho e o novo, alterando estruturas sociais e formulando novos valores culturais.
Nesse aspecto uma importante referência é a produção intelectual de Milton Santos, falecido em 2001. Esse intelectual baiano, doutor em Geografia, e premiado internacionalmente, falava frequentemente que estamos vivendo uma época de transição, naquilo que ele caracterizou como período técnico-científico-informacional. E acrescentava, que os que vivem em meio à essas transformações não conseguem perceber que estão em meio à uma transição sistêmica, que é longa e traz consigo mudanças superestruturais. As idéias, a cultura, vão sendo pouco a pouco afetadas por essas transformações e geram um conflito, um caos, que representa exatamente o início da crise que definirá os novos rumos da sociedade. Isso sempre se dá localizadamente, depois se expandindo para outros lugares, até atingir praticamente toda a humanidade.

ALÉM DO BEM E DO MAL

“Nesses pontos limiares da história exibem-se – justapostos quando não emaranhados um no outro – uma espécie de tempo tropical de rivalidade e desenvolvimento, magnífico, multiforme, crescendo e lutando como uma floresta selvagem, e, de outro lado, um poderoso impulso de destruição e autodestruição, resultante de egoísmos violentamente opostos, que explodem e batalham por sol e luz, incapazes de encontrar qualquer limitação, qualquer empecilho, qualquer consideração dentro da moralidade ao seu dispor”. Isso é Nietzsche (1882), citado por Marshall Berman, no livro do qual se originou o título deste texto (embora a frase seja originalmente de Marx). E a discussão que o motivou, e da qual Berman procura analisar, é a respeito das transformações que aconteciam no século XIX e a crise que possibilitou o advento da modernidade burguesa.
As relações de produção capitalista já tinham se iniciado alguns séculos antes, e explodia na sociedade européia as mudanças culturais que precisavam se impor, acompanhando as transformações econômicas. O choque entre valores antagônicos, de uma época que se desfazia e de outra que despontava. O velho e carcomido pensamento medieval se via sob um fogo cruzado das idéias burguesas que se impunha e já do seu contrário, as teorias socialistas que refutavam a burguesia ainda no processo de consolidação de seu poder político.
Já naquela época vamos encontrar situações parecidas com as que vivenciamos nos dias atuais, compreendendo bem, para não cairmos no anacronismo, que estamos falando de momentos bem distintos da história da humanidade. Contudo, as características pertinentes a uma crise de choques de contradições geradas por mudanças sócio-econômicas, são bastante parecidas. E segue-se mais uma citação de Berman, extraída da obra de Nietzsche:
“Nada a não ser novos ‘porquês’, nenhuma fórmula comunitária; um novo conluio de incompreensão e desrespeito mútuo; decadência, vício, e os mais superiores desejos atracados uns aos outros, de forma horrenda, o gênio da raça jorrando solto sobre a cornucópia do bem e do mal; uma fatídica simultaneidade de primavera e outono”.
Impactava-se, assim, numa época de espetaculares transformações, de espírito revolucionário, um rico choque de contradições, mas também de esfumaçamento de certezas que se chocam e colidem com novidades que ainda não estavam definitivamente provadas. Em meio a uma dialética incontrolável, a meu ver transparecendo o óbvio, explodiam ódios, rancores, expectativas, anarquia, luta de classes... a modernidade despontava entremeada com a esperança de superação de um horror que ficava para trás, e de desconfiança pelo que poderia repetir, diante de um vazio de proposições fúteis e individualistas.

MAIS DO MESMO

Vivemos agora algo parecido. Sem desconsiderarmos o fato de estarmos em uma época completamente distinta, mais de um século depois do advento da modernidade, continuamos nos deparando com situações parecidas. Talvez com uma novidade, analisando-se um pouco superficialmente as duas épocas. É provável que mais do que nunca em uma época se ignore tanto a História (assim como as ciências de uma maneira geral) como agora. Digo a História como processo, não esse fragmento de fatos estudados isoladamente, como se as coisas acontecessem desconectadas e fosse possível analisar casos do cotidiano sem a compreensão de suas origens e de como as contradições forçam as mudanças.
A geração que inicia o século XXI na adolescência, e acredito pela maneira como aprendem as coisas, imaginam estarem vivendo em um mundo que começou agora. Desconhecem todas as contradições que nos movem, erguem palavras de ordem completamente anacrônicas, acreditam piamente que os problemas do mundo é fruto do conflito entre o bem e o mal, e assumem defesa de causas conservadoras como se as mesmas fossem revolucionárias. Isso foi impulsionado ideologicamente pelos meios de comunicação, e adequados pelas novas tecnologias que nos faziam sucumbir aos espetáculos da nova onda cibernética que os tiravam do mundo real e os fixavam na virtualidade da matrix.
Como a incorporarem, mesmo que ingenuamente, o discurso neopentecostal, tem o olhar fixado no futuro, desprendidos do presente, e na perspectiva de alcançarem conquistas por reivindicações singelas, aparentemente radicais. São elementos que compõem a própria maneira como o sistema se retroalimenta. Drogas, marginalidade, alienação, apoliticismo (que não necessariamente é alienação), religiosidade, obsessiva vontade de enriquecer a qualquer custo, preconceito, liberalismo sexual, frustrações com o fracasso... tudo são questões que mantém o sistema seguindo em sua lógica normal. E convivendo com isso há mais de um século. Mas mudando no formato e adequando-se por esse novo meio técnico-científico-informacional.
A aparente ebulição da sociedade, expressa de várias formas e potencializadas pelas redes sociais, não carrega em si nada de novo, a não ser no uso dessas novas tecnologias e do cyberworld. Mas, ao contrário da época em que a modernidade desponta, compreendendo isso no sentido filosófico do termo, nos dias atuais há uma completa indiferença em relação à existência de classes sociais distintas, e à luta que é travada entre elas. No momento silenciosa, mas com o aprofundamento das crises, a exemplo do que acontece em alguns países árabes e europeus, e na observância das soluções que se apresentam para elas, vai claramente sendo definido os campos em disputas. As medidas radicais tomadas para superar os problemas e impedir o agravamento dessas crises, são sempre para proteger os meios de produção, a riqueza dos grandes investidores e o patrimônio real ou virtual (porque o dinheiro passou a se fundamentar na opacidade) dos grandes banqueiros e especuladores.
Enquanto isso se marcha contra tudo, menos contra aquilo que é, em essência, responsável pelas condições que tornam a sociedade insegura e refém de seus medos e individualidades. Muito embora todo um aparato repressivo seja mobilizado para conter isso, por uma necessidade de não se perder o controle do Poder bem como para se impor a autoridade, não são essas as formas de lutas, nem o conteúdo que as movem, que irão fazer com que a burguesia perca o seu sono.
O que dizia Marx, no século XIX, mas com um conteúdo extremamente atual, e irônico em relação às lutas e combates ideológicos travados pela burguesia, se aplica a movimentos  que se apresentam com idéias avançadas, mas de conteúdos conservadores, que nos dias atuais imaginam travarem uma luta revolucionária:
“Todas as relações fixas, enrijecidas, com seu travo de antiguidade e veneráveis preconceitos e opiniões, foram banidas; todas as novas relações se tornam antiquadas antes de chegarem a ossificar. Tudo o que é sólido desmancha no ar, tudo o que é sagrado é profanado, e os homens finalmente são levados a enfrentar (...) as verdadeiras condições de suas vidas e suas relações com seus companheiros humanos” (Manifesto Comunista, 1848. Citado por Berman, Marshal. Tudo que é sólido desmancha no ar – A aventura da Modernidade. Cia das Letras, 1993, p. 20).

O CORONA VÍRUS E A NOVA CRISE NO CAPITALISMO

O desafio é o que fazer agora, numa circunstância de agravamento da crise capitalista por um vírus de uma letalidade relativa, mas de uma aceleração de contágio aceleradíssima, o que tem feito com que praticamente toda a estrutura do sistema produtivo capitalista esteja travada? A ganância, bem descrita no filme “Wall Street, poder e cobiça”, no discurso de Gordon Greco a acionistas de uma empresa que ele acabara de adquirir para fracioná-la e vendê-la, na lógica marcante que se tornou uma marca dessas transformações no capitalismo neste século, independente da destruição de milhares de empregos, bem como a maneira como se passou a ganhar dinheiro no cassino global das bolsas de valores, interligadas em tempo real, tornou-se a face real e perversa de uma época marcada pela aceleração contemporânea.
O novo corona vírus forçou um cavalo de pau no capitalismo. Isso é como se uma peça importante da engrenagem tivesse se soltado de uma Ferrari, ou de uma Mercedes, a 300 quilômetros por hora numa corrida de Fórmula 1. E a seguir essa máquina tivesse ficado presa na “zebra” da pista, impossibilitada de se deslocar sozinha, senão com um impulsionamento externo. Apesar de uma comparação meio grosseira, o que tento apontar é a absoluta impossibilidade de o capitalismo conseguir se livrar dessa crise sem a utilização do principal mecanismo que o tornou um sistema mundial: o Estado. Demonizado em época de neoliberalismo, e tornado mínimo pela destruição de seus mecanismos de aparato social, constituído por décadas pós-segunda guerra como necessidade para disciplinar a concentração de riqueza e o aumento das desigualdades sociais.
Apesar disso, da extrema necessidade de intervenção do Estado para evitar falências em larga escala de um considerável número de empresas, a demissão em massa de trabalhadores e trabalhadoras e atendimento às camadas que se situam abaixo da linha de pobreza, a recessão, e quiçá uma forte depressão econômica que afetaria todo o mundo é um forte possibilidade. Assim, se confirma o que iniciamos colocando nesse artigo, das mudanças que necessariamente acontecem em tempos de crise. Confirmando a máxima no título desse artigo, na exploração já dita de uma frase extraída do Manifesto Comunista, elaborado por Karl Marx e Friederich Engels, a solidez do capitalismo neoliberal se esfumaça e ameaça valores consideráveis em sua lógica perversa, o individualismo, a usura, o egoísmo... E fortalece, pelas próprias consequências do que virá após o combate a esse vírus, a necessidade de se construir novas relações, fundadas na solidariedade, cooperação e sensibilidade social. Caso contrário as sociedades se depararão com revoltas sociais em larga escala, tensões violentas com depredações e saques, por quem necessita viver e não medirão esforços para buscar seus direitos.
O que vimos nos últimos anos, de ascensão de governos insensíveis socialmente, muitos escorados em comportamentos estúpidos e de viés autoritários, de extrema-direita, como no caso brasileiro, certamente não seguirá adiante nas próximas escolhas eleitorais. Essa crise perversa será um caminho para que nos livremos da perversão de governos inconsequentes, com nítidos desprezos pela vida humana e somente preocupados em servir ao capital, à grande burguesia urbana e rural, e as corporações industriais, comerciais e/ou financeiras.
Apesar de tudo isso, e de termos que nos prepararmos até mesmo psicologicamente para as mudanças que virão dessa pandemia, nos resta neste momento cuidarmos da vida ameaçada pela celeridade do contágio desse vírus. O isolamento é uma necessidade, mas certamente nos despertaremos dessa quarentena cientes de que é preciso mudar o protagonismo nas sociedades. Tirarmos das mãos dos ricos, insensíveis com a miséria e desigualdades sociais, e transferirmos para comunidades onde as pessoas possam agir em comum união, respeitando-se mutuamente, e confiando na afirmação do solidarismo e do cooperativismo com forma de nos unir e nos prepararmos para tempos muito difíceis, com participação efetiva de um estado que vise o bem estar social. A ganância, usura e o individualismo devem ser combatidos, e que os valores perversos neoliberais se desmanchem esfumaçados pela força da resistência do povo e da afirmação da humanidade.


(*) Publicado originalmente em 2011, atualizado e ampliado em 28 de março de 2020, segunda semana de quarentena em função da pandemia do Covid19.

Nenhum comentário:

Postar um comentário