quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

TREZE ANOS SEM CAROL. O QUE MUDOU NO MUNDO. O QUE MUDOU EM MIM.

13 de dezembro de 2020. Reescrevo e atualizo esse texto a cada dois anos, desde 2016 quando o publiquei pela primeira vez no Blog Gramática do Mundo. E agora inserindo também em vídeo no meu Canal do You Tube. É uma necessidade, uma catarse, escrever algo sobre minha filha nessa época. Gosto quando muitos o leem, compartilho alguns sentimentos necessários, principalmente nesses tempos turbulentos, mas fico aliviado somente por escrever.

Há 13 anos vivíamos o pior momento de nossas vidas. A pequena Carol falecia aos dez anos de idade em 13 de dezembro de 2007. Tudo mudou para nós, e por muito tempo passamos a conviver com a necessidade de lidar com uma situação absolutamente cruel. Ver a morte de uma filha, ou quando acontece a um filho, nos empurra para o fundo de um poço, e temos assistido tantos pais e mães a perderem seus filhos, isso é cruel, seja qual for a razão. A depressão é praticamente inevitável, e evitá-la é muito difícil, só possível se buscarmos nos envolver em alguma atividade que tenha relação com aquele ente falecido, para que a lembrança de sua presença fique latente desde os momentos iniciais de sua morte. O sentimento da ausência, porquanto durar, somente nos faz despencar cada vez mais no abismo de um vazio que se transforma em doença.

É muito difícil equacionar essa perda. Tive muitas dificuldades em sentir a presença de minha filha em sua ausência. É uma dialética perversa, o limite de uma contradição presente sempre por todo o tempo em que vivemos. Podemos conviver com a ideia da morte, sabendo que ela naturalmente nos atinge, dentro de uma lógica inevitável. Mas nossas forças não são suficientes para suportar a perda de uma filha, ou de um filho. É uma sensação de fracionamento de seu corpo, de tal forma que somos acometidos de uma enfermidade denominada no ambiente da medicina como “síndrome do coração partido”.

Uma das formas de suportar essa dor foi me dedicar a escrever. Neste blog, e, antes dele na edição de um livro de crônicas dedicadas à minha filha e que intitulei, “Depois que você partiu”. Assim o fiz por um ano, logo depois da morte dela. E, nos anos seguintes, sempre que a angústia me tomava conta, ou naqueles dias cujas datas são marcantes, porque elevam a saudade a patamares insuportáveis. A proximidade do dia em que, fatidicamente perdemos nossa pequena Carol, sempre nos deixa reflexivos, tristes. Isso ter acontecido no final do ano torna as festas deste período menos alegres do que antes, quando ela vivia entre nós. Esses momentos perderam parte de seus brilhos, tornaram-se, pelo menos para mim, até mesmo sombrios. Fico torcendo para que os dias de dezembro passem mais depressa.

O tempo ameniza a dor, aprendemos sempre isso. É verdade. Porque também precisamos encontrar formas de continuar vivendo. Sempre digo que a melhor maneira de ter minha filha ao meu lado continuamente, em boas lembranças de sua presença em vida, é estar vivo e saudável.

Mas aprendi a sair das tristezas e, aos poucos, fui reforçando cada vez mais a sensação de tê-la comigo, em meu coração, em minhas lembranças, ao meu lado. Aprendi que tristeza e alegria convivem mutuamente, e que felicidade é um conceito muito relativo, que se adéqua somente a momentos precisos, nunca a felicidade pode ser algo permanente em nossas vidas.

Como posso ser feliz, sem minha filha? Não sou. Tenho alegrias e tristezas, e aprendi a viver dessa maneira, porque minha vida segue ao lado das pessoas que eu amo. E minha filha segue comigo, bem apegada ao meu peito, do lado esquerdo, e a sinto na pulsação das minhas veias e nas batidas do meu coração.

Depois que minha filha partiu muita coisa mudou em minha vida. Se já não somos os mesmos à medida que envelhecemos, deixamos de ser muito mais, quando perdemos uma filha. Nos tornamos mais emotivos, sensíveis com a realidade que nos cerca, a presença dos familiares e amigos, em gestos solidários a nos confortar, desperta uma sensação altruísta, um sentimento que sempre nos acompanhou enquanto humanos, apesar de esquecido em algum canto nos dias atuais.

Afastei-me por um tempo de diversas atividades, profissionais e políticas. A condição depressiva me desestimulava. Somente a sala de aula, onde por diversas vezes me emocionei em frente a meus alunos e alunas, me dava algum alento. O prazer de dar aulas me aliviava das angústias, paradoxalmente tratando nelas as contradições de um mundo em transe. Aos poucos, os anos, o tempo, diminuiu meu desalento. A não ser em datas específicas, quando não podemos fugir da amargura, da angústia e da ansiedade. As lembranças vêm com muita força. A pandemia causada pela Covid19, essa doença perversa que nos isola e nos distancia torna mais difícil reviver aqueles momentos de treze anos atrás, que sempre retornam nos finais de ano. Nessas condições em que nos encontramos, a distância dos amigos e amigas, até mesmo dos parentes, de quem sempre nos encontramos para reconfortar das angústias, deixa os dias mais tristes ainda.

São treze anos que parecem uma eternidade, mas, paradoxalmente, parece que foi ontem que nos debruçamos pela última vez sobre o corpo de nossa filha, já sem vida, numa imagem que ficará retida em nossas mentes até o último dia de nossas vidas. Cada momento, cada segundo, daqueles infortúnios desde quando soubemos de sua morte, em que o chão se abriu para nós, e, que alguns creem, os céus se abriram para ela, se repetem como flashes em nossa memória, ou, como no linguajar das novas tecnologias das redes sociais, como “gif”. Imagens em movimento que se repetem. Somente no cotidiano de nossas atividades, a nos ocupar pelo que necessariamente precisamos fazer, encontramos lapsos de tempo, que nos distraem, e seguimos o curso de nossas vidas. Mas, jamais, como antes. Perdemos um pouco de nosso corpo e de nosso jeito de ser. Como diz Antoine de Saint-Exupéry: “Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós, deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”.

Mas, parafraseando Chico Buarque, em uma das tantas músicas que nos lembram da Carol, o tempo passou na janela, e ela não mais estava aqui para ver as transformações aceleradas de um mundo e um tempo que deveria ser seu, que certamente lhe traria dissabores, mas que inevitavelmente a faria se incorporar às lutas contra as injustiças sociais, por liberdade, respeito e tolerância. Essa sempre foi nossa luta, e por dez anos ela conviveu conosco em ambientes de debates, discussões e lutas sociais.

Quando a Carol faleceu o nosso país vivia momentos de expectativas positivas. As esperanças deixavam as pessoas animadas com as possibilidades de adentrarmos em um outro mundo, de desenvolvimento e de redução de desigualdades sociais. Apesar de já naquele momento, escândalos de corrupção também serem a tônica dos noticiários, era nítido uma mudança no país, que crescia em termos de aumentos de empregos, de sensação de melhorias nas condições de vida das pessoas, de perspectivas positivas. Em 2007 já se estremeciam por todo o mundo os alicerces de um sistema econômico que avançou o sinal, e onde a ganância expôs as debilidades de uma estrutura que era tênue, porque escorada numa especulação financeira desenfreada.

Por todo aquele ano alertei em minhas aulas para o desastre que se apresentava como eminente, apesar de escondido pela grande mídia. Mas isso já era abordado por especialistas e publicado inclusive em livros. O ano em que minha filha morreu, pode-se dizer, foi o último ano tranquilo do resto de nossas vidas. E isso não é uma análise amarga causada pela perda que tivemos com sua morte. O ano de 2008, que nos levou a uma imensa escuridão, por ser o primeiro ano sem a presença dela entre nós, foi também o momento de uma grande virada na conjuntura econômica e geopolítica mundial. Tudo seria diferente a partir de então.

Como a acompanhar nosso calvário, naquele sentimento de dor, que ainda nos acomete, mas sufocado pelo tempo e superado por nossas forças de viver, também nossas expectativas de um mundo melhor, de um país diferente, começou gradativamente a se desvanecer. Diferente de nosso infortúnio, repentino e aos poucos restrito a parentes próximos, mas fundamentalmente a mim, como pai, e a minha esposa, como mãe, as desgraças que afetaram o mundo e o país foi, pouco a pouco ampliando e atingindo um número cada vez maior de pessoas.

E, ao passo em que fui me transformando pela minha dor e sensibilizado pelo número grande de pessoas amigas que demonstravam sempre o afeto e a solidariedade com nosso sofrimento, percebendo cada vez mais a importância de entendermos o sentido de alteridade por todos os momentos de nossas vidas, o mundo e o nosso país caminhava num sentido oposto, marcado pela disseminação do ódio, do preconceito, da rivalidade política extremamente agressiva (antessala do fascismo), pelo aumento perigoso da intolerância e na incapacidade de entender, compreender e escutar o outro. A crise econômica, num ambiente de consumismo exacerbado e de disputa cada vez mais individualista, arduamente e duramente competitiva, jogou a sociedade humana num enorme poço de dimensões profundas e cada vez mais impossível de se enxergar a luz.

Procurei por esse período ser compreensivo com as diferentes opiniões e formas das pessoas se manifestarem e escolherem suas maneiras de viver e se comportar. Até porque, imerso em minha dor, pouco ânimo eu tive nos primeiros anos depois que perdemos a Carol, de me envolver com qualquer tipo de embates e polêmicas que pudessem significar um confronto com alguém por simples divergências quanto às suas escolhas de vida, política e ideológica.

Mas, aos poucos fui me reencontrando com o meu passado, tristemente sem a minha filha, mas que, sem resgatá-lo eu me afundaria mais e mais na depressão. A sensação de tê-la presente, conforme muito me orientou a psicanálise, foi aos poucos me tirando da letargia e me trazendo de volta para a realidade e para resgatar a impulsividade que me marcou por toda a minha militância política, estudantil e sindical. Ainda assim, muito mais compreensivo no entendimento das diferenças, e tendo aprendido muito com as manifestações de solidariedade e carinho de amigos, amigas e até mesmo pessoas distantes que passaram a conhecer nossas histórias, pelo livro que escrevi e pelo projeto criado por minha esposa, Celma Oliveira, concretizado hoje na existência do Instituto Ana Carol, e, através dele, mas que se tornou maior, a Cooperativa de Bordadeiras – Bordana.

Assim como pelo amadurecimento na luta, e com uma formação política inteligente que nos enche de orgulho, de nosso filho Iago, atualmente presidente da União Nacional dos Estudantes, entidade da qual participei em meus tempos de estudante. Embora orgulhosos com isso, o que certamente nos motiva vê-lo seguindo nossos passos e se destacando, mesclamos esse sentimento com outro, a preocupação com a situação de indefinição que ronda o nosso país e a necessidade de ele precisar se enquadrar em um mercado de trabalho que se tornará cada vez mais competitivo e excludente pelo ambiente de crise e desemprego crescente. São sentimentos naturais, de pais que se preocupam com o futuro de seu filho, agora único, mas, como já disse em outras oportunidades, que carrega duas vidas pela consequência do acaso e do destino.

Vivemos, portanto, nesses treze anos uma luta intensa contra a dor de perder uma filha. Superar tornou-se o verbo que passou a ser por nós expressado intensamente, e superação o substantivo que nos impedia de chegar ao limbo. Isso é algo permanente, que nos acompanhará para sempre. Mas, tendo conseguido nos reencontrarmos com a intensidade que a vida nos impõe em realidade, e sendo uma característica que sempre me acompanhou, percebi que mais do que viver essa realidade eu deveria lutar para melhorá-la, mesmo que como uma gota d’água em um oceano de problemas que nos afetam em nossas vidas particulares, no país e no mundo. 

Assim, juntamos nossas lutas, sem por nenhum momento nos esquecermos de nossa pequena Carol, uma estrela que nos ilumina, um raio de sol que aponta os nossos caminhos. Iago cada vez mais se afirmando como uma liderança estudantil nacional, essencial para levantar a parcela da população que mais grita e impõe medo aos governos, a juventude; Celma com seus projetos de economia solidária e cooperativismo, se capacitando com uma pós-graduação nessas área; e eu, imerso em um mundo que representa um microcosmo da sociedade, mas que exerce uma enorme importância sobre ela: a universidade. Apesar dos ataques toscos e da estúpida “guerra ideológica” escarnecida por um governo medíocre adepto da necropolítica, sem nenhum respeito à vida, à ciência e ao conhecimento.

Treze anos depois, (desde o dia 14 de dezembro de 2007, treze anos do sepultamento da nossa pequena, em que entramos na contagem desses anos sem ela), certamente somos os mesmos, embora diferentes. Eu me sinto muito mais tolerante no tratamento de situações em que o nosso julgamento só pode atingir apenas uma superficialidade do acontecimento. Porque no mais, ir além da superficialidade, impõe que eu conheça a realidade do outro, sua forma de pensar e de viver, suas crenças e escolhas de caminhos por vezes diferentes do meu. O que digo nessas últimas frases representa o sentido de alteridade, aquela necessidade que temos, ou que deveríamos ter sempre, de nos vermos no outro, para que isso facilite cada vez mais a nossa condição de vivermos em sociedade aceitando o jeito diferente de cada um ser, sem preconceitos e mais tolerantes. Caminho natural para adquirirmos empatia e sabermos lidar com as diferenças.

Mas isso não tem sido fácil nos tempos atuais. As recorrentes crises econômicas, que afetam as estruturas do sistema capitalista, esse que se impôs hegemonicamente de forma unipolar a partir da última década do século passado, acentuou embates terríveis dentro da sociedade, seja na disputa pelo poder, seja na necessidade de se conquistar um lugar a fim de adentrar o universo do consumismo. Se qualificar e ganhar muito bem, tornou-se uma obsessão, que se descortinou como uma onda, principalmente pela maneira como a burguesia mundial, por meio de seus mecanismos ideológicos de imposição dos valores, via globalização e políticas neoliberais, consolidou na maior parte do mundo. Mas fracassou.

Isso foi bem e criou uma fantasia de um mundo deslumbrante mediado pela concorrência e pelo mercado, mas por pouco tempo. Só que o tempo suficiente para o despontar de uma época marcada por esses valores de forma tão intensa, em função dos meios tecnológicos que se desenvolveram nesse período, que disseminou entre as pessoas um valor das coisas de forma absolutamente fútil, e uma inversão daquilo que antes importava mais. Os sentimentos se diluíram muito mais do que antes, embora já existisse, como uma tendência que só era controlada devido à existência de um mundo socialista que se apresentava como alternativa ao capitalismo egoísta e usurário. Quando aquele mundo ruiu soterrou boa parte das esperanças, enquanto despertou neste a ganância, a usura e o individualismo. Tudo isso em meio a uma crise imensurável.

A pandemia gerada pela Covid19 chegou e nos atingiu em meio a uma situação de fragilidade do mundo, de desespero gerado pelo crescimento de desemprego e ampliação das desigualdades sociais. O distanciamento social, tornado uma necessidade pela ferocidade da contaminação do vírus SARS-COV2, aliado a negacionismos no trato de uma doença terrível pela desconstrução da ciência, justamente a única capaz de apontar saídas para essa tragédia, bem como o menosprezo por parte de um governo obtuso, que desvaloriza a vida, nos deixou à mercê de incertezas piores do que aquelas que vivenciávamos nos momentos mais difíceis da perda de nossa filha.

Karl Marx, a quem recorro sempre, possui frases que, mesmo destacadas do contexto em que abordou, são emblemáticas porque se aplicam, filosoficamente compreendendo-as, a diversas épocas. E uma que eu destaquei consta do Manifesto do Partido Comunista: “Tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas”.

Iago - Manifestação pela educação
(Curitiba - PR)

O mundo sem minha filha é esse em que, diante de uma crise crônica, sistêmica, somos obrigados a compreender as condições sociais em que estamos e como as relações estão sendo destruídas em ambientes onde se fortalece o egoísmo, a ganância, a intolerância, a perversidade e o uso pérfido e em vão de Deus, com a utilização da fé como instrumento de guerras santas contra fantasmas criados e construídos por sicofantas hipócritas, vendilhões de templos e aproveitadores de crenças alheias. Assim, meu desalento teima em voltar, e torna mais tristes esses momentos que nos trazem memórias terríveis.

Contudo, fui percebendo que depois de tantos anos me debatendo contra as injustiças sociais, estudando-as e participando ativamente de lutas para combatê-las, isso se tornou um alimento que me fortalece e me dá ânimo para encarar tempos tão difíceis, mas diante dos quais não podemos nos entregar. Mesmo com o coração pesado por carregar tamanha dor e tristeza.

Neste dia 13 iremos ao cemitério mais uma vez, como fazemos todos os anos, e, silenciosamente estabelecerei um monólogo com suas lembranças, também como sempre faço, reforçando nossas saudades, e refletirei sobre como ela se situaria neste mundo. Se seus desejos, enquanto criança poderiam ter se concretizado, se meus sentimentos seriam diferentes caso não tivesse passado por tamanha dor, se seus beijos e afagos por tantas vezes repetidos manteriam a mesma singeleza num tempo de tantas incertezas, se suas vontades se encontrariam com os verdugos da liberdade, se bateriam contra os arautos da intolerância e encontrariam forças para gritar, como seu irmão, contra as injustiças sociais. Cremos, com toda convicção, que ela carregaria nesses tempos as mesmas indignações e desejos de transformações que correm em nosso sangue, e estão presente no Iago, pois esses valores sempre nos acompanharam em nosso cotidiano, na realidade que vivíamos no passado e vivemos no presente.

E, dentre tantas músicas que nos fazem sentir tanta falta dela, quando as escutamos, “Você é linda”; “Jardim da Fantasia”; “Carolina”; “Gostava tanto de você”; “Com a perna no mundo”; “Velha Infância”... uma recitarei sempre de forma especial, porque como tantas sempre nos emociona, e às vezes nos faz chorar, “Pedaço de Mim”: “Oh, pedaço de mim/ Oh, metade adorada de mim/ Lava os olhos meus/ Que a saudade é o pior castigo/ E eu não quero levar comigo/ A mortalha do amor/ Adeus”.

Nesse monólogo surdo com minha filha, como uma oração de um ateu, crente que irá algum dia encontrá-la, “seja onde for, pra falar de amor”, assim, eu expressarei em pensamento:

Celma e Carol - 1997

“Treze anos depois sem você, Carol, em seus vinte e três anos construídos em nossas fantasias, nosso amor se mantém como nos dez anos em que a tivemos ao nosso lado, presencialmente, com afeto, com carinho e com alegria. Nossa vida terá sempre você ao nosso lado, a nos dar forças para encarar os infortúnios, as incertezas e o tempo que nos encaminha para a velhice. E você está sempre presente quando olhamos seu irmão, porque ali estão juntos também seus traços, suas vontades, seus desejos de justiça, seus clamores por um mundo mais justo e solidário e o coração repleto de bondade, empatia e da luta pelo comum. Por um novo mundo, mais solidário.

E assim, a cada ano em que passamos mais tempo sem você, nos leva a estarmos mais próximos do dia em que, quem sabe, possamos estar para sempre ao seu lado. Beijos. Seu pai”.

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(*) Este artigo foi escrito originalmente em dezembro de 2016. Atualizei-o, porque, em essência, continua a representar o pensamento que me acompanha neste momento em que se completam treze anos da morte de Ana Carolina Oliveira Campos, nossa eterna Ana Carol.

https://gramaticadomundo.blogspot.com/2016/12/nove-anos-sem-carol-o-que-mudou-em-mim.html

3 comentários:

  1. Amigo, continue escrevendo. Faz bem à alma. Tenho feito há mais de dois anos. Preenche vazios deixados por quem amamos e não está mais aqui. É como sentar-se com ela e conversar sobre coisas banais, mas carinhosas. Um abraço afetuoso. Continue escrevendo.

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    1. Obrigado meu amigo Neto. É assim, procuramos sempre uma melhor maneira de suportar a dor da perda de entes queridos. A vida segue, e as saudades nos acompanham sempre. "Saudade é o amor que fica". Um forte abraço.

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  2. Bonita crônica, me remete à algumas angústias cotidianas de perda e obviamente do nosso suportar no dia a dia. Abraços fraternos

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