quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

“AMIGO(A) É COISA PRÁ SE GUARDAR, NO LADO ESQUERDO DO PEITO”

Amigos e amigas
Agradeço de todo o coração as manifestações de solidariedade e carinho que recebi e que foram fundamentais para me ajudar a passar pelos angustiantes dias que me trazem tristes recordações. Aprendemos, na medida em que nos humanizamos, a conviver com as lembranças. Passamos a lidar com nossas memórias, com os fatos passados que se organizam em nosso cérebro e que ali ficam permanentemente. Mas lidamos de maneiras diferentes com eles. 
Algumas de nossas experiências ficam retidas em algum lugar do nosso cérebro, reaparecem apenas esporadicamente. Há outras, contudo, pelo que elas representam em nossas vidas, que não só não as controlamos por inteiro, como em certas ocasiões fazemos questão de trazê-las de volta. E se não fazemos isso carregamos um sentimento de culpa e não nos perdoamos por um possível esquecimento. Esse é um eterno dilema, condicionado pelo sentimento por uma falta que nos faz alguém a quem dedicamos tanto amor.
As tragédias e situações tristes são aquelas que mais nos fazem retroceder no tempo, e nos tornam prisioneiros dessas lembranças. Quando perdemos um filho, ou filha, isso dura para sempre, só acaba quando for nossa vez de partir. É aí que entra essa corrente de solidariedade, as manifestações amigas, e o resultado que isso causa em nossa auto-estima, fator fundamental para que possamos enfrentar esses momentos adversos. São manifestações que atuam em nossa cabeça como elementos fortificantes, tonificadores, e servem para que possamos avaliar a importância da vida e de como podemos aprender a viver, apesar das perdas que retiram de dentro de nós algumas substâncias que nos fazem falta. Ou até mesmo, nos sentimos como se tivéssemos perdido um pedaço de nós mesmos. Na verdade é isso mesmo que ocorre quando se perde um filho.
Mas é também verdade que nossas vidas continuam, e, assim como por outro tipo de fatalidade algum indivíduo perde parte de seu corpo e luta para sobreviver com o que lhe resta, também nós que perdemos entes queridos sabemos que devemos seguir adiante, superando essas perdas. Embora jamais as esqueceremos, sempre nos lembraremos e nunca nos faltarão lágrimas para vertermos por suas lembranças.
Mas, caros amigos e amigas – os que eu conheço pessoalmente, e os que a rede social me possibilitou conhecer de longe – tenham certeza que o fortificante para suportarmos isso vem das manifestações de carinho, apreço e solidariedade. Por isso, dedico a todas as pessoas queridas que me enviaram suas mensagens, pelo facebook, por email, ou por telefone (e aquelas que se irmanam comigo no pensamento, que são e sempre serão minhas amigas), três músicas que considero especiais:

1. Canção da América, de Milton Nascimento: http://letras.terra.com.br/milton-nascimento/27700/
2. Recado para um amigo solitário, de Paulinho Pedra Azul: http://letras.terra.com.br/paulinho-pedra-azul/1064537/
3. A Lista, de Osvaldo Montenegro: http://letras.terra.com.br/oswaldo-montenegro/65521/

E... para seguir me lembrando de minha filha:

1. Pedaço de Mim, de Chico Buarque (com Zizi Possi): http://letras.terra.com.br/zizi-possi/181270/
2. Gostava Tanto de Você, de Edson Trintade (com Tim Maia): http://letras.terra.com.br/tim-maia/48925/ 
Vou terminar esse texto de agradecimento, com uma frase retirada de uma mensagem que postei no blog no final do ano passado (que estou reeditando para publicá-la na próxima semana).
“Não sei o que dizer do que será. Resta-me analisar o que se foi. Assim, na reconstrução do passado, que me pode dar a compreensão dos erros e acertos do tempo que se foi, posso melhor inventar o meu futuro. 2012, e o que mais vier".
Mas, "nada do que foi será do jeito que já foi um dia" (Lulu Santos).
Um grande beijo no coração de cada um e de cada uma, amigos e amigas.
Carpe Diem!


Obs: Na próxima postagem farei um balanço geopolítico do que aconteceu no mundo em 2011.

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