Estamos em reta
final do processo eleitoral para escolha da nova diretoria da ADUFG-Sindicato. Isso
acontece em meio a uma situação caótica, do ponto de vista da nossa realidade
nacional, e nas questões relacionadas à nossa área de atividade. Nunca a
educação foi tão vilipendiada como no governo atual, e se tivemos tempos
sombrios durante os últimos anos do governo Fernando Henrique Cardoso, este
momento agora supera aquele, porque os cortes dos recursos para as
universidades, bem como para as pesquisas, e as ciências de uma maneira geral,
chegaram a níveis exorbitantes, nos colocando no fundo do poço.
Estamos lidando
com um governo negacionista, anti-ciência, que deseja destruir a universidade
com o seu sentido laico, democrático e autônomo. Sufocá-la economicamente e
destruir o pouco que existe de autonomia é outro objetivo, quando se recusa a
nomear reitores e reitoras eleitos pela comunidade universitária.
Entendemos que
existem formas de lutas diferentes, de acordo com cada momento. Na atual circunstância
compreendemos que precisamos unir forças para derrotar esse governo no processo
eleitoral em curso. Embora saibamos que o seu caráter anti-democrático e
autoritário nos impõe também a necessidade de estarmos atentos para golpes
contra o processo eleitoral, como aconteceu nos Estados Unidos. O ataque às
urnas eletrônicas e as suspeitas infundadas e sem provas ao sistema eleitoral é
um sinal dado de que a estupidez pode querer se impor, visto que as pesquisas dão
a indicação que a maior parte da população rejeita um novo mandato desse indivíduo
que é o comandante em chefe da tropa destruidora das universidades brasileiras
e das próprias condições socioeconômicas do nosso país.
Portanto montamos
uma chapa para concorrer às eleições da Adufg com o perfil de combatividade e
compreendendo que nossa luta se dará em dois momentos. Relatei o primeiro,
derrotar esse governo. Num segundo momento, na perspectiva de um governo que
não tenha o viés autoritário deste, precisaremos unir força, combatividade e
capacidade de diálogo. A racionalidade se torna um elemento forte, num momento
que será de reconstrução do estado brasileiro, carcomido pelos cupins que dele
se apoderaram.
Será fundamental
no próximo governo que aliemos essas duas características combatividade e capacidade
de negociação. Mas seja qual for o governo eleito, nosso limite de paciência
está estourado. Portanto, queremos um sindicato que saiba negociar, mas que na
hora precisa chamará os colegas professores e professoras para uma luta maior,
mais renhida e radical. Esperamos não chegar a isso, porque as greves nas
universidades representam também muitos transtornos para nossos trabalhos
cotidianos. Por isso o diálogo e a negociação se fazem absolutamente
necessários.
E é o que temos
feito. Por essa razão construímos um caminho diferente daquele tradicional,
onde as vozes iniciais sempre se davam no sentido de estimular as paralisações
com pautas longas em que não havia espaço para diálogo, era oito ou oitenta.
Isso nos levou a anos sem conquistas consideráveis.
Foi a criação de
uma Federação, e a transformação de várias sessões sindicais em sindicatos
autônomos, que possibilitou que quebrássemos com esse comportamento sectário,
aparentemente combativo, mas cuja radicalidade impedia que avançássemos em
discussões que poderiam resolver nossas pendências.
Assim
reconstruímos nossa carreira. Foi essa capacidade de articulação e negociação
que possibilitou reformar nossa carreira, com dois saltos importantes, a passagem
de adjunto para associado; e de podermos atingir a condição de titular. Antes,
chegar a titular só era possível por meio de um concurso quando abria vaga.
Hoje qualquer colega pode chegar a essa condição pelo tempo de trabalho na
universidade, seguindo-se a critérios que apontem sua história, analisem o seu
desempenho e sua produtividade, seja com um memorial ou com uma tese. Esses
avanços foram possíveis mediante uma mudança forte, com a criação da Federação
Proifes, com nossa transformação em sindicato e iniciativa de buscarmos
negociações, sem bloquear nenhum espaço de diálogo. E é assim que imaginamos
que será na retomada de um novo governo com perfil democrático.
Por tudo isso, é
preciso eleger uma diretoria da Adufg Sindicato que mantenha nossa entidade nessa
direção, com autonomia, protegendo nosso patrimônio, compreendendo o caráter
diverso e as várias concepções que existem dentro da universidade, e, acima de
tudo, com capacidade de diálogo e determinação para lutar. Sim, isso é tudo que
a Adufg tem feito nessas últimas décadas. E com sucesso.
Ora, por que
rechaçamos o falso discurso de mudança que propõe a oposição? Porque em
primeiro lugar ele é superficial, visa confundir e tenta desconstruir todo o
trabalho feito até aqui. Essa prática é corriqueira em discursos de oposição.
Mas nos últimos anos, o que vimos nesse país com esse discurso de “renovação”,
de “mudança”, feito de forma abstrata, negando as conquistas e tentando impor
rótulos, foi uma destruição do que se tinha construído e o caos nas relações
políticas e sociais, bem como o desmonte de uma estrutura de estado que ainda
estava se consolidando.
Mudança se faz
mesclando a experiência adquirida pelo tempo, com a renovação, possibilitando o
acesso ao movimento de novas pessoas, dispostas a seguir naquele caminho que se
demonstra correto. É assim que a CHAPA 1 se apresenta, com uma composição que tem
metade de seus membros com alguma passagem pelo sindicato, e outra metade que
nunca estiveram em alguma diretoria. Ao mesmo tempo, a diversidade de gênero,
com a participação de seis professores e seis professoras. E o que nos une,
fortalecer a Adufg Sindicato e ir à luta, sem trégua, em defesa da universidade
e dos nossos direitos.
Lembro uma parte
de um poema de Thiago de Mello, em que ele diz: “Não tenho um caminho novo. O
que eu tenho de novo é o jeito de caminhar”. E foi exatamente isso o que
fizemos há duas décadas, mudamos nosso jeito de caminhar. Que resultou
vitorioso em importantes conquistas para nós. Agora, seguimos em frente, com muita
luta, para recuperarmos nossas perdas salariais e defender nosso espaço de trabalho,
que também é um patrimônio de nossa sociedade, do estado brasileiro: a
universidade pública e gratuita.
Por isso, não se
esqueça, não podemos ver nosso sindicato ser mais uma vez transformado em uma
seção de um sindicato nacional. Nem muito menos cair no radicalismo sectário
que impede negociações e conquistas importantes.
Para isso vote...
CHAPA 1 – ADUFG PRA FRENTE, DEMOCRÁTICA E DE LUTA!!!
ELEIÇÕES DIAS 28 E 29 DE JUNHO
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