sexta-feira, 24 de junho de 2022

ADUFG SINDICATO – MUDAMOS O JEITO DE CAMINHAR

Estamos em reta final do processo eleitoral para escolha da nova diretoria da ADUFG-Sindicato. Isso acontece em meio a uma situação caótica, do ponto de vista da nossa realidade nacional, e nas questões relacionadas à nossa área de atividade. Nunca a educação foi tão vilipendiada como no governo atual, e se tivemos tempos sombrios durante os últimos anos do governo Fernando Henrique Cardoso, este momento agora supera aquele, porque os cortes dos recursos para as universidades, bem como para as pesquisas, e as ciências de uma maneira geral, chegaram a níveis exorbitantes, nos colocando no fundo do poço.

Estamos lidando com um governo negacionista, anti-ciência, que deseja destruir a universidade com o seu sentido laico, democrático e autônomo. Sufocá-la economicamente e destruir o pouco que existe de autonomia é outro objetivo, quando se recusa a nomear reitores e reitoras eleitos pela comunidade universitária.

Entendemos que existem formas de lutas diferentes, de acordo com cada momento. Na atual circunstância compreendemos que precisamos unir forças para derrotar esse governo no processo eleitoral em curso. Embora saibamos que o seu caráter anti-democrático e autoritário nos impõe também a necessidade de estarmos atentos para golpes contra o processo eleitoral, como aconteceu nos Estados Unidos. O ataque às urnas eletrônicas e as suspeitas infundadas e sem provas ao sistema eleitoral é um sinal dado de que a estupidez pode querer se impor, visto que as pesquisas dão a indicação que a maior parte da população rejeita um novo mandato desse indivíduo que é o comandante em chefe da tropa destruidora das universidades brasileiras e das próprias condições socioeconômicas do nosso país.

Portanto montamos uma chapa para concorrer às eleições da Adufg com o perfil de combatividade e compreendendo que nossa luta se dará em dois momentos. Relatei o primeiro, derrotar esse governo. Num segundo momento, na perspectiva de um governo que não tenha o viés autoritário deste, precisaremos unir força, combatividade e capacidade de diálogo. A racionalidade se torna um elemento forte, num momento que será de reconstrução do estado brasileiro, carcomido pelos cupins que dele se apoderaram.

Será fundamental no próximo governo que aliemos essas duas características combatividade e capacidade de negociação. Mas seja qual for o governo eleito, nosso limite de paciência está estourado. Portanto, queremos um sindicato que saiba negociar, mas que na hora precisa chamará os colegas professores e professoras para uma luta maior, mais renhida e radical. Esperamos não chegar a isso, porque as greves nas universidades representam também muitos transtornos para nossos trabalhos cotidianos. Por isso o diálogo e a negociação se fazem absolutamente necessários.

E é o que temos feito. Por essa razão construímos um caminho diferente daquele tradicional, onde as vozes iniciais sempre se davam no sentido de estimular as paralisações com pautas longas em que não havia espaço para diálogo, era oito ou oitenta. Isso nos levou a anos sem conquistas consideráveis.

Foi a criação de uma Federação, e a transformação de várias sessões sindicais em sindicatos autônomos, que possibilitou que quebrássemos com esse comportamento sectário, aparentemente combativo, mas cuja radicalidade impedia que avançássemos em discussões que poderiam resolver nossas pendências.

Assim reconstruímos nossa carreira. Foi essa capacidade de articulação e negociação que possibilitou reformar nossa carreira, com dois saltos importantes, a passagem de adjunto para associado; e de podermos atingir a condição de titular. Antes, chegar a titular só era possível por meio de um concurso quando abria vaga. Hoje qualquer colega pode chegar a essa condição pelo tempo de trabalho na universidade, seguindo-se a critérios que apontem sua história, analisem o seu desempenho e sua produtividade, seja com um memorial ou com uma tese. Esses avanços foram possíveis mediante uma mudança forte, com a criação da Federação Proifes, com nossa transformação em sindicato e iniciativa de buscarmos negociações, sem bloquear nenhum espaço de diálogo. E é assim que imaginamos que será na retomada de um novo governo com perfil democrático.

Por tudo isso, é preciso eleger uma diretoria da Adufg Sindicato que mantenha nossa entidade nessa direção, com autonomia, protegendo nosso patrimônio, compreendendo o caráter diverso e as várias concepções que existem dentro da universidade, e, acima de tudo, com capacidade de diálogo e determinação para lutar. Sim, isso é tudo que a Adufg tem feito nessas últimas décadas. E com sucesso.

Ora, por que rechaçamos o falso discurso de mudança que propõe a oposição? Porque em primeiro lugar ele é superficial, visa confundir e tenta desconstruir todo o trabalho feito até aqui. Essa prática é corriqueira em discursos de oposição. Mas nos últimos anos, o que vimos nesse país com esse discurso de “renovação”, de “mudança”, feito de forma abstrata, negando as conquistas e tentando impor rótulos, foi uma destruição do que se tinha construído e o caos nas relações políticas e sociais, bem como o desmonte de uma estrutura de estado que ainda estava se consolidando.

Mudança se faz mesclando a experiência adquirida pelo tempo, com a renovação, possibilitando o acesso ao movimento de novas pessoas, dispostas a seguir naquele caminho que se demonstra correto. É assim que a CHAPA 1 se apresenta, com uma composição que tem metade de seus membros com alguma passagem pelo sindicato, e outra metade que nunca estiveram em alguma diretoria. Ao mesmo tempo, a diversidade de gênero, com a participação de seis professores e seis professoras. E o que nos une, fortalecer a Adufg Sindicato e ir à luta, sem trégua, em defesa da universidade e dos nossos direitos.

Lembro uma parte de um poema de Thiago de Mello, em que ele diz: “Não tenho um caminho novo. O que eu tenho de novo é o jeito de caminhar”. E foi exatamente isso o que fizemos há duas décadas, mudamos nosso jeito de caminhar. Que resultou vitorioso em importantes conquistas para nós. Agora, seguimos em frente, com muita luta, para recuperarmos nossas perdas salariais e defender nosso espaço de trabalho, que também é um patrimônio de nossa sociedade, do estado brasileiro: a universidade pública e gratuita.

Por isso, não se esqueça, não podemos ver nosso sindicato ser mais uma vez transformado em uma seção de um sindicato nacional. Nem muito menos cair no radicalismo sectário que impede negociações e conquistas importantes.

Para isso vote... CHAPA 1 – ADUFG PRA FRENTE, DEMOCRÁTICA E DE LUTA!!!

ELEIÇÕES DIAS 28 E 29 DE JUNHO


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