Foram poucos os artigos incluídos aqui no Blog Gramática do Mundo que não são de minha autoria. Mas às vezes me deparo com algumas opiniões expressas em blogs ou sites que tratam de temas que coincidem com a minha intenção de abordá-los. Para evitar repetições, ou até mesmo coincidências que dê a má impressão de cópias, prefiro citá-los aqui por inteiro. É o caso desse texto que os leitores encontrarão no site da revista Carta Capital. Esse livro, citado pela jornalista, tem suas idéias reproduzidas aqui no Brasil por uma troupe reacionária que ocupa as páginas de algumas revistase jornais que compõe o chamado PIG (Partido da Imprensa Golpista) e seus sabujos, que se caracterizaram por ridicularizar os avanços do Brasil nos últimos anos. Alguns, submetidos à inúmeros processos por calúnia e difamação preferem o auto-exílio e fogem para Nova Iorque, de preferência, outros continuam aqui arrotando seu direitismo no denuncismo lacerdista e o ódio mortal aos que preferem exaltar as belezas e características do nosso povo, bem como as idéias nacionalistas. São serviçais dos interesses estrangeiros em nosso país, inclusive no ataque à nossa cultura e aos valores simbólicos e imateriais do povo brasileiro.
O perfeito imbecil politicamente incorreto(*)
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No Brasil, é aquele sujeito que se sente no direito de ir contra as idéias mais progressistas e civilizadas possíveis em nome de uma pretensa independência de opinião. Saiba como reconhecê-lo.
Por Cynara Menezes.
http://www.cartacapital.com.br/politica/o-perfeito-imbecil-politicamente-incorreto
Em 1996, três jornalistas –entre eles o filho do Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, Álvaro –lançaram com estardalhaço o “Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano”. Com suas críticas às idéias de esquerda, o livro se tornaria uma espécie de bíblia do pensamento conservador no continente. Vivia-se o auge do deus mercado e a obra tinha como alvo o pensamento de esquerda, o protecionismo econômico e a crença no Estado como agente da justiça social. Quinze anos e duas crises econômicas mundiais depois, vemos quem de fato era o perfeito idiota.
Mas, quem diria, apesar de derrotado pela história, o Manual continua sendo não só a única referência intelectual do conservadorismo latino-americano como gerou filhos. No Brasil, é aquele sujeito que se sente no direito de ir contra as idéias mais progressistas e civilizadas possíveis em nome de uma pretensa independência de opinião que, no fundo, disfarça sua real ideologia e as lacunas em sua formação. Como de fato a obra de Álvaro e companhia marcou época, até como homenagem vamos chamá-los de “perfeitos imbecis politicamente incorretos”. Eles se dividem em três grupos:
1. o “pensador” imbecil politicamente incorreto: ataca líderes LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trânsgeneros) e defende homofóbicos sob o pretexto de salvaguardar a liberdade de expressão. Ataca a política de cotas baseado na idéia que propaga de que não existe racismo no Brasil. Além disso, ações afirmativas seriam “privilégios” que não condizem com uma sociedade em que há “oportunidades iguais para todos”. Defende as posições da Igreja Católica contra a legalização do aborto e ignora as denúncias de pedofilia entre o clero. Adora chamar socialistas de “anacrônicos” e os guerrilheiros que lutaram contra a ditadura de “terroristas”, mas apoia golpes de Estado “constitucionais”. Um torturado? “Apenas um idiota que se deixou apanhar.” Foge do debate de idéias como o diabo da cruz, optando por ridicularizar os adversários com apelidos tolos. Seu mote favorito é o combate à corrupção, mas os corruptos sempre estão do lado oposto ao seu. Prega o voto nulo para ocultar seu direitismo atávico. Em vez de se ocupar em escrever livros elogiando os próprios ídolos, prefere a fórmula dos guias que detonam os ídolos alheios –os de esquerda, claro. Sua principal característica é confundir inteligência com escrever e falar corretamente o português.
2. o comediante imbecil politicamente incorreto: sua visão de humor é a do bullying. Para ele não existe o humor físico de um Charles Chaplin ou Buster Keaton, ou o humor nonsense do Monty Python: o único humor possível é o que ri do próximo. Por “próximo”, leia-se pobres, negros, feios, gays, desdentados, gordos, deficientes mentais, tudo em nome da “liberdade de fazer rir.” Prega que não há limites para o humor, mas é uma falácia. O limite para este tipo de comediante é o bolso: só é admoestado pelos empregadores quando incomoda quem tem dinheiro e pode processá-los. Não é à toa que seus personagens sempre estão no ônibus ou no metrô, nunca num 4X4. Ri do office-boy e da doméstica, jamais do patrão. Iguala a classe política por baixo e não tem nenhum respeito pelas instituições: o Congresso? “Melhor seria atear fogo”. Diz-se defensor da democracia, mas adora repetir a “piada” de que sente saudades da ditadura. Sua principal característica é não ser engraçado.
3. o cidadão imbecil politicamente incorreto: não se sabe se é a causa ou o resultados dos dois anteriores, mas é, sem dúvida, o que dá mais tristeza entre os três. Sua visão de mundo pode ser resumida na frase “primeiro eu”. Não lhe importa a desigualdade social desde que ele esteja bem. O pobre para o cidadão imbecil é, antes de tudo, um incompetente. Portanto, que mal haveria em rir dele? Com a mulher e o negro é a mesma coisa: quem ganha menos é porque não fez por merecer. Gordos e feios, então, era melhor que nem existissem. Hahaha. Considera normal contar piadas racistas, principalmente diante de “amigos” negros, e fazer gozação com os subordinados, porque, afinal, é tudo brincadeira. É radicalmente contra o bolsa-família porque estimula uma “preguiça” que, segundo ele, todo pobre (sobretudo se for nordestino) possui correndo em seu sangue. Também é contrário a qualquer tipo de ação afirmativa: se a pessoa não conseguiu chegar lá, problema dela, não é ele que tem de “pagar o prejuízo”. Sua principal característica é não possuir ideias além das que propagam os “pensadores” e os comediantes imbecis politicamente incorretos.
(*) Extraído do site da Revista Carta Capital (conforme link acima)
(**) Imagem: http://www.cartacapital.com.br/politica/o-perfeito-imbecil-politicamente-incorreto/attachment/nelson
Professor, está ficando fácil notar os discursos do primeiro caso citado pela jornalista da CC. Principalmente nas falas dos parlamentares ligados a bancada religiosa e dos líderes de suas igrejas em relação aos grupos LGBT's, que têm batido de frente, notamos esse caráter. O que é impressionante é que eles recorrem a defesa do respeito à democracria, aos direitos individuais, principalmente o da liberdade de expressão, mas tudo ganha um caráter incoerente, pois só defendem estes preceitos na medida que eles vão ao encontro de seus interesses.
ResponderExcluirEm redes sociais, como o Twitter, e no site da Agência Senado, notamos esses líderes religiosos reclamando do "lobby" gay na política e nas instituições nacionais, principalmente nos Tribunais Superiores a quem acusam de usurpar o poder do Legislativo. Contudo não reconhecem ou sequer fazem críticas ao caráter intrometido que eles, enquanto religiosos, tem ao querer em tudo interferir.
O impressionante é o talento existente no Brasil para chamar padre e pastor para dar opinião a respeito de direito civis, mesmo que não seja juristas, em aborto e célula embrionária, mesmo que não sejam técnicos em reprodução humana, e uma série de outros exemplos.
Penso que deveríamos simplesmente desprezar estas opiniões e proibir que se faça política com base nestas concepções, afinal de contas estamos em um Estado materialista e acima de tudo laico.