O otimista é um
tolo.
O pessimista, um
chato.
Bom mesmo é ser um
realista esperançoso.
(Ariano Suassuna)
Tenho abordado de
forma recorrente as discussões propostas para essa mesa redonda, nas
disciplinas de geopolítica, com foco direcionado para as questões ambientais:
biodiversidade, água e alimentos. Me guio pela dialética como elemento
essencial para que possamos entender toda a situação que nos envolve.
Parece que há na sociedade
um medo do contraditório, como a tentar impedir aquilo que é incontrolável:
nossa vida transforma-se dialeticamente, e o seu impulso, o que possibilita
essas transformações são as contradições. Negar-se, e afirmar-se, no choque das
forças que se opõem. Não há, na vida, nada que se construa, sem que isso
implique algum tipo de destruição. Ao que Engels chamava de “negação da
negação”.
O maniqueísmo
presente nos argumentos ambientalistas e o discurso do medo, que têm sido a
tônica no mundo nas últimas décadas, transformam um tema que deveria ser
conduzido pela racionalidade em uma espécie de dogma fundamentalista, para o
qual todos que vierem a defender o progresso social deveriam ser queimados no
fogo do inferno. Muito embora tenhamos também consciência que o significado
dessa palavra, “progresso”, pode ter vários sentidos. Mais uma vez a
contradição.
Tenho plena noção
dos problemas ambientais, e procuro ampliar meu conhecimento acompanhando
pesquisas e informações sobre esse tema. E aqui não confundo a palavra
“ambiental” com natureza, como muitos fazem. O ambiente (ou o meio-ambiente)
inclui não somente a natureza natural, mas também todo o habitat, o espaço onde
se inserem animais, plantas, o ser humano, e tudo que por eles tenha sido
construído.
Alguns desses
“problemas” decorrem da própria maneira como a vida evolui, e como o espaço vai
sendo transformado para se adaptar às necessidades dos seres vivos, e,
obviamente às mudanças geradas por eles próprios. Mas também outros fatores
abióticos impõem algumas transformações que fazem com que, permanentemente, o
nosso planeta, a terra, altere sua configuração, eixo, rotação e outros
aspectos aparentemente imutáveis. O espaço transforma-se permanentemente, com
ou sem a ação humana. E isso, dialeticamente, reage sobre nós, provocando todos
os tipos de alterações e de necessidade de nos readaptarmos. Assim, o organismo
vivo se adapta e se altera, como uma condição para sua própria sobrevivência.
Ave, Darwin!
A maneira de não
transformarmos ideias em dogmas é exatamente partirmos do princípio que a vida
é marcada por contradições. E não há contradição maior, no mundo que o ser
humano construiu, do que nos depararmos com uma população de 7 bilhões de
pessoas, em muitos casos vivendo em cidades que ultrapassam 10 milhões de
habitantes. Isso mais do que triplica se incluirmos também no ambiente citadino
os demais bichos que nos fazem companhia. Alguns dos quais nos dias atuais são
melhores cuidados do que gente.
Ocorre, também,
que nos movemos por interesses. O jogo desses interesses transformou-se ao
longo de nossa história na base política que construiu a nossa sociedade, a
cultura, a idiossincrasia, a religião etc. A disputa econômica pelo controle
dos meios de produção, da riqueza, da terra, e.... do Poder! Assim, como nos
ensina Raffestin,[1]
inspirado em Michel Foucault,[2] com “P” maiúsculo, para se
diferenciar de outros poderes, com “p” minúsculo. Aqueles pequenos poderes que
nos acompanham em nossas relações cotidianas, desde a família, até a escola, o
trabalho etc.
Então, para
entendermos que por trás dos discursos existe “muito mais coisas do que imagina
nossa vã filosofia” (parafraseando um personagem de Shakespeare), precisamos ir
além das palavras e frases, muitas delas com forte impacto, como das orações que
afetam a fé e faz com que as pessoas as tomem por verdades absolutas, porque
são carregadas de simbolismos e, pela repetição, tornam-se dogmas
inquebrantáveis. Os que discordarem são transformados em entes do mal,
seguindo-se o princípio maniqueísta do gnosticismo primitivo do filósofo persa
Mani: a luz e as trevas, o bem e o mal.
Assim, melhor
inspirar-se nas ideias de Voltaire e lembrar-se de uma frase a ele atribuída:
“discordo do que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-lo”. Dessa
forma nos aproximamos daquele sentido dado pelos filósofos antigos, pelo qual
somente pelo embate das ideias e das contradições que as mesmas carregam, é
possível se atingir o conhecimento em plenitude. Evidentemente jamais como uma
verdade tida como absoluta.
Todo esse rodeio
filosófico que fiz decorre das dificuldades em se analisar os problemas
ambientais do mundo contemporâneo, sem ser rotulado pelos mais engajados
ativistas ecológicos como um ente do mal, preparando-se para tocar fogo sobre a
terra e transformá-la em um deserto, pela hecatombe que se aproxima em razão
das ações maléficas causadas por nós mesmos.
Tudo pode
acontecer, ou vai acontecer, pois também a terra não é eterna. Mas precisamos
entender que isso que está sendo citado como uma possibilidade, de uma
aceleração no processo de destruição de nosso meio-ambiente, decorre na maneira
como nós, seres humanos, construímos o nosso habitat. E todos nós, mesmo os
mais ácidos críticos ecologistas, não abrimos mão de usufruir das regalias
construídas por nossa imensa capacidade criativa. E tudo isso às custas da
natureza.
Principalmente a
partir do século XIX, quando se consolida o sistema capitalista, fundado na
irrefreável sofreguidão em produzir mercadorias a uma velocidade cada vez
maior, e transformar as nossas necessidades em ânsia de consumo.
Transformamos-nos ao longo dos séculos seguintes em animais consumistas.
Consumir e curtir as novidades mercadológicas e os novos produtos cada vez mais
sofisticados tornou-se mais do que uma vaidade, passou a representar um vício
que em alguns casos atingem a condição de uma verdadeira dependência. Em outras
situações, essa lógica baseada no consumo empurrou aquelas pessoas deprimidas,
doentes pelo stress causado pelas loucuras da vida moderna, a ir com sofreguidão
aos shoppings, templos que passam também a ser uma espécie de depositório da
catarse coletiva da cidade grande.
Claro, além disso,
o estilo de vida construído dentro dessa lógica de consumo, inspirado naquilo
que nos Estados Unidos passou a se chamar “american way of life”, acentuou a
obsessão nos indivíduos em buscar permanentemente a ascensão social. De forma a
atingir um padrão de vida que se caracterizasse pela garantia de possuir,
sempre, os produtos que surgem como novidades no mercado. Acontece que o
mecanismo que faz girar o capitalismo impede que isso tenha um limite, é
preciso ter cada vez mais para não somente usufruir desses produtos
sofisticados, mas também se apresentar na sociedade como vitorioso, porque
capaz de poder comprar o que existe de melhor e mais sofisticado.
Tudo nos empurrava
para as cidades, e foi nelas que o capitalismo se realizou. Enquanto ali se
aglomeravam exércitos cada vez maiores de pessoas, em sua maioria pobre, com
condições econômicas sofríveis, mas que precisavam tornarem-se consumidoras, fora
delas consolidou-se um sistema concentrador baseado no latifúndio, na posse da
grande propriedade e na utilização dessas terras para produção de monocultura.
Principalmente de commodities, cujo preço vem a ser determinado pela moeda de
referência internacional nos mercados mundiais.
Sem subsídios do Estado,
que a lógica da globalização neoliberal proíbe, e com financiamentos parcos
também concentrados nas grandes propriedades, os pequenos agricultores
abandonaram gradativamente suas terras, seguindo os passos dos filhos que em
muitos casos já se dirigira para as cidades em busca de melhores oportunidades.
Assim, enquanto
nas cidades concentravam-se uma enorme população de despossuídos, no campo uma
quantidade pequena de proprietários concentrava infindáveis hectares de terras,
produzindo não somente o que é necessário – como na antiga produção agrícola –
mas fundamentalmente aquilo que vai possibilitar um lucro maior. Nas cidades,
os milhões de citadinos vão a busca de empregos, conseguem salários, tentam
ganhar cada vez mais para consumir as mercadorias que lhes seduzem, e,
logicamente precisam para se alimentar. Já não mais produzem para si, mas para
aqueles que possuem os meios de produção e determinam o que deve ser produzido.
As cidades
modificaram-se espetacularmente em formas e linhas que comprovam a capacidade
ilimitada do ser humano em transformar objetos e criar maravilhas tecnológicas.
Só que para alimentar esses bilhões de pessoas, e saciar a necessidade de consumir
mercadorias, o sistema capitalista acelerou de forma monumental a sua
capacidade de inovar, de forma a tornar obsoleta o mais rapidamente possível a
sua última invenção.
Ora, mas porque
nos espantamos? Ao analisarmos as condições de vida nas sociedades em volta do
mundo, e em nosso país particularmente, veremos que há um percentual ainda
muito elevado de pessoas que estão fora desse mercado consumidor. No entanto,
quando somamos a população daqueles países que somente agora estão acelerando
seu desenvolvimento, apesar da crise, chegamos a um número que corresponde a
mais da metade da população mundial.
Estaremos próximo
do limite dessas contradições? Essa é uma pergunta de difícil resposta, já que
enquanto há vida a tendência é de sempre ampliarmos nosso grau de contradição.
Mas o que fazer se na humanidade mais da metade de sua população ambiciona
atingir a condição de vida semelhante à daqueles que vivem nos chamados países
desenvolvidos? Porque todo esse alarmismo catastrófico, e ameaças de hecatombes,
se intensificaram nos últimos anos, no momento em que os países ricos entraram
em uma grave crise econômica e quando outros que estavam fora do
"clube" iniciam uma escalada de crescimento e de desenvolvimento
social?
De repente soam os
sinos a indicar a hora em que a terra explodirá. E nos propõem, os que vêm dos
trópicos, que por aqui devemos manter nossas matas, florestas e rios, para que
por lá eles possam produzir mercadorias, agregar valor, vender suas mercadorias
para nós, os velhos “subdesenvolvidos” e, assim, continuar enriquecendo a eles
mesmos. Agora mediante uma nova forma de dominação: o colonialismo verde.
A palavra é
CONSERVAÇÃO. Mas o que mais se fala é preservação. Há uma diferença substancial
entre essas duas palavras quando o tema é a natureza. O conservacionismo
possibilita que utilizemos da natureza os produtos necessários para a nossa
sobrevivência, compreendendo que seu esgotamento impede que a vida humana possa
prosseguir por mais tempo adiante. Esse é o desafio diante da contradição em
que nos encontramos. São milhões de novas pessoas que adentram o mercado de
consumo, ascendem a outras classes sociais e adquirem a capacidade de consumir
mais e viver melhor. Não se pode negar a essas pessoas terem acesso a produtos
que facilitem suas vidas nas cidades, mas isso implicará em mais e mais
degradações à natureza.
Então, quando
levantamos uma bandeira, por exemplo, de cuidados com a água, devemos ter em
conta que a luta não é somente para manter a água límpida e perene. Mas
garantir que mais pessoas possam usufruir de um bem que é condição essencial
para a manutenção da vida. Devemos olhar para os dois lados da moeda, e não
somente imaginar que o discurso de preservar a natureza encerra-se em si só. A
natureza sempre vai servir ao ser humano, como serve a todos os outros seres
vivos que a compõe e forma um equilíbrio que se sustenta em contradições.
A REVANCHE DA
NATUREZA
E o que dizer dos
problemas que nos afligem nas cidades, que produzem e reproduzem tragédias
disputadas pela grande mídia sequiosa de criar sensacionalismo em meio às
tragédias?
A Natureza não é
estática, ela está em permanente mudança e sujeita a intempéries causadas pela
dinâmica que a torna dialeticamente contraditória. Independente da ação humana,
mas potencializada por ela. É a somatória de todos esses absurdos,
entendendo-se essa palavra em seu sentido etimológico (fora da harmonia), que
faz da Natureza um eterno ciclo da vida (nascer, crescer, morrer; mesmos
compreendendo essas palavras metaforicamente).
O que se pode
dizer, sem ser necessariamente profeta, é que muitos eventos complexos
continuarão a acontecer, independentemente de qualquer polêmica que veja nisso
efeitos de um “aquecimento global”, já que nem mesmo isso é consensual e
provoca intensos debates entre cientistas do mundo todo.
Mas, obviamente,
entra em discussão aquilo que é da essência do texto de Engels, escrito no
século XIX, e também fez parte de uma abordagem de Ab’Saber, quando esteve aqui
em Goiânia: o mal ordenamento das cidades.
Há
cinco anos, quando estive na presidência da Adufg (Associação dos docentes da
UFG), na edição da Mostra Multicultural Milton Santos, simpósio que
realizávamos bianualmente, sugeri que o tema fosse A REVANCHE DA NATUREZA.
Minha referência, para essa sugestão, foi exatamente a leitura da obra de
Engels (A DALÉTICA DA NATUREZA), e uma frase posta ali por ele: “...não nos regozijemos demasiadamente em
face dessas vitórias humanas sobre a Natureza. A cada uma dessas vitórias, ela
exerce a sua vingança”. Mas foi
também em função de vários eventos violentos, em especial o tsunami que varreu
o sudeste asiático.
Como
sempre acontece, essas catástrofes são acompanhadas de uma repercussão tão, ou
mais, espetacular do que o próprio evento. Embora seja logo esquecido.
Principalmente porque a mídia tradicional vive disso, da espetacularização da
notícia, da dramatização dos acontecimentos, de forma a envolver os
espectadores e elevar seus índices de audiência.
Dentre
as palestras que realizamos naquela edição da Mostra, uma foi especial. Tivemos
a satisfação de contar com a presença do professor e pesquisador renomado da
Geografia, Aziz Ab’Saber. Sua palestra foi tão disputada que precisamos colocar
um telão do lado de fora do auditório. Tudo isso, consequência do conhecimento
que se tem a respeito da excelência dos trabalhados dele, aliado à atração que
o tema em si já proporcionava.
Lúcido
e apresentando a competência de sempre, apesar de quase centenário, Ab’Saber
discorreu com precisão sobre a temática proposta e teceu críticas à maneira
como as cidades crescem desordenadamente e às razões que levam a esse tipo de
situação.
De
lá para cá, em meio a inúmeras tragédias que se repetiram com enormes
semelhanças, outros especialistas apontaram as mesmas causas, e a convicção de
que as consequências seriam praticamente as mesmas, em tempo e espaços
diferentes.
O crescimento das
cidades, hoje seguramente o principal problema que afeta a humanidade (alerta
repetidamente citado por David Harvey), acontece seguindo uma lógica do sistema
capitalista, e o expansionismo urbano ocorre tanto como decorrência do forte
deslocamento da população rural, como da necessidade de valorização do uso do
solo, a fim de atender à especulação usurária que é a marca do modelo de
sociedade em que vivemos. Como já dito, porque é nas cidades que o capitalismo
se realiza, com todas as suas contradições.
Nessa equação, são
os pobres as principais vítimas desse processo. Porque a procura por terrenos
em áreas de riscos decorre da incapacidade dessas pessoas poderem construir
habitações em lugares mais seguros, em função da especulação imobiliária. O
lucro, acima de qualquer coisa, até mesmo das vidas humanas, é o elemento
principal a definir tanto o expansionismo das cidades como o investimento em
infraestruturas urbanas. As prioridades, quase sempre, são de aplicação da
maior parte dos recursos arrecadados nos setores mais valorizados
economicamente. E, lamentavelmente, essa é uma regra geral, independente de
quem esteja administrando a cidade, devido aos interesses em jogo e às
negociações com as “representações” parlamentares.
E o que se vê,
nessa onda de hipocrisia que marca a maneira como os problemas são expostos, é
ainda, uma forte campanha contra os impostos. Os que se opõem consideram-nos
desnecessários, visto que são mal aplicados.
Ora, os ricos não
precisam tanto da cobrança de impostos para garantir melhorias urbanas, já que
buscam outras alternativas como os condomínios fechados e autossuficientes
(pode-se ver, em terrenos planos, e bem localizados); ou em setores valorizados
pela especulação e bem atendidos pelo poder público. Se andarmos em Goiânia,
por exemplo, veremos não uma, mais várias cidades, com perfis e populações
diferentes. A paisagem da cidade vai se modificando, à medida que nos
deslocamos de norte a sul e é visível a diferenciação econômica dos lugares e,
consequentemente, os benefícios concedidos por quem administra o seu traçado.
A população pobre,
sim, precisa que esses impostos sejam cobrados de quem mais pode pagar e os
investimentos devem ser feitos onde são mais necessários. Habitações seguras,
construídas em terrenos planos, devem ser priorizadas e a ação do Estado, em
todas as suas dimensões (municipal, estadual e federal) deve ser a garantia de
que os absurdos sejam combatidos com medidas que tenham como objetivo
possibilitar às pessoas condições dignas de vida. Inclusive com desapropriação
de terrenos desocupados à espera de valorização, para a construção dessas
moradias.
Por fim, para não
finalizar e reforçando o elemento que me balizou e que enfatizo, a contradição,
reproduzo, e concordo com a mesma, uma frase do filósofo esloveno, Slavoj
Zizek: “a ecologia é o ópio do povo”. Mas entendo, como uma crítica ao
discurso, e não à necessidade de se debruçar sobre os problemas ambientais e à
luta necessária para a boa convivência entre o ser humano e a natureza. Nesse
sentido, não compreendo a crítica como questionadora da necessidade de termos
cursos de graduação e pós-graduação focado nessa temática. Há, contudo, uma
forma pela qual o discurso ecológico se impõe de forma ideológica, escondendo
objetivos que atendem aos interesses de grandes corporações, na busca por
alternativas para a reestruturação capitalista.
Diz ele, numa
entrevista à revista Magis[3]: “É precisamente no
terreno da ecologia que podemos delinear a demarcação entre a política da
emancipação e a política do medo na sua forma mais pura. De longe, a versão
predominante da ecologia é a da ecologia do medo – medo da catástrofe, humana
ou natural, que pode perturbar profundamente ou mesmo destruir a civilização
humana. Essa ecologia do medo tem todas as oportunidades de se converter na
forma ideológica predominante do capitalismo global, um novo ópio das massas
que sucede o da religião”.
Há, portanto, um
descompasso entre necessidade real, a lógica consumista da sociedade
capitalista na qual vivemos e as condições objetivas daquilo que a natureza ainda
pode oferecer. O diálogo necessário só será possível mediante o enfrentamento
dessas contradições, e a procura por alternativas que se contraponha ao estilo
de vida gerador de processos destrutivos à natureza e à sociedade. Não é uma
tarefa fácil, mas para além do discurso fatalista, é essencial termos a
compreensão de que nós, na universidade, temos uma responsabilidade de não só
buscarmos os diagnósticos, mas apresentarmos propostas concretas que nos ajude
a encontrar os caminhos para uma sustentabilidade real, condição essencial para
garantia de sobrevivência das gerações futuras.
Mas há um sentido
ideológico nessa luta, e será preciso, aos que desejarem contribuir com o
futuro, tomarem posição em relação ao sistema capitalista, absolutamente
destrutivo na relação com a natureza. Não acredito em sustentabilidade
ambiental dentro da lógica que move o mundo contemporâneo. Mas confio na
capacidade do ser humano em encontrar uma solução para problemas criados por
ele próprio.
NOTAS:
(*)
Texto adaptado para a Mesa Redonda: Diálogos entre a Sociedade, Natureza e
Espaço, na I Jornada do IESA. Os textos bases foram publicados originalmente no
Blog Gramática do Mundo. Links:
[3] ZIZEK,
Slavoj. A Ecologia é o Ópio do Povo. In: Mágis - Revista da Unisinos, no. 05,
dez 2009-jan 2010
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